31 de julho de 2025
OPINIÃO

Charadas de agosto

O grosso da opinião pública caminha para abominar mais ainda um governo recém eleito, anímico e incompetente que colocou abaixo às conquistas do melhor dos anos de FHC e Lula, porém isso significa dizer, obrigatoriamente, como dois e dois são quatro que e

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(Brasília-DF) Nesta segunda-feira,03 de agosto, o Congresso Nacional volta ao ritmo normal de trabalhos. Até parece que não parou durante o recesso! Tivemos dias explosivos com entrevistas em sextas-feiras, líderes partidários se manifestando a todo momento.

É impressionante o quadro que vivemos e que faz com que os profissionais da área se vejam reféns do incontrolável.  A Política apesar de muitos a vêm só como uma atividade qualquer, é a grande atuação humana.  O diálogo entre a cena pública e a privada, a busca e a manutenção do poder, o diálogo entre a opinião pública e as responsabilidades são as maiores tarefas humanas.  Churchill, talvez o estadista mais estudado nas democracias, tanto por ele como pelos outros, dizia que não existia futuro para a política sem o respeito à opinião pública. Ao mesmo tempo, não podemos esquecer que o Reich Alemão e suas atrocidades tinham pleno apoio da sociedade alemã das década de 30/40 do Século XX.

O grosso da opinião pública caminha para abominar mais ainda um governo recém eleito, anímico e incompetente que colocou abaixo às conquistas do melhor dos anos de FHC e Lula, porém isso significa dizer, obrigatoriamente, como dois e dois são quatro que este governo tem que ir para o saco!?  O Congresso Nacional retomou um protagonismo como não se via desde 1988, com qualidades diversas e um poder mais cotidiano frente a um país bem mais moderno.  Sua cúpula está sob investigação. Isso nos permite dizer que ele não merece o poder que tem?!  O Judiciário e seus aparelhos, como o Ministério Público, ganharam uma dimensão veemente e seu novo status avançou sobre algo extremamente moderno e pouco comum no Brasil, a figura do chamado juiz e juízo natural. Isso é muito usual nas democracias saxônicas e não nas democracias latinas. Vemos muitos alegarem que o juiz Moro quer ser dono do Brasil e colocar por terra conquistas históricas.  

Não custa lembrar que a sociedade brasileira costuma repesar os bons e contras, frente a esses desafios escolhe o menos ruim e não o melhor. Este é o grande dilema nacional de nossa cultura política. Nós jornalistas políticos contamos fatos, relatamos cenários e o prumo de seus agentes com seus personalismos e vocações.  A perspectiva histórica não é de nossa obrigação. Mas indo além de nossa obrigação, parece evidente que os fatos dos últimos meses estão encurralando tradições brasileiras. 

Neste mês de agosto veremos um diálogo severo do Congresso Nacional, muito mais duro , com os outros poderes.  A pressão sobre parte do Judiciário é grandiosa. É inegável que o processo de poder dentro do Ministério Público, que precisa da indicação do Executivo para renovar seu comando, neste momento em que o Planalto e pressionado pelo Congresso, gera muitas dúvidas sobre o tamanho de sua legitimidade momentânea de poder. O Congresso é visto pela sociedade como um antro de pecadores e não de anjos. O Ministério Público ao não avançar sobre membros do Executivo Federal como deveria ao tempo que faz sobre membros do Legislativo é inegavelmente dúbio. 

Começamos um mês de agosto como há tempos não enfrentávamos

Boa semana a todos

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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