Enquanto sangramos, alguém avança
A crise brasileira é real. Não é meramente interna como dizem os mais próximos a Presidenta. Ela é tanto real que a maior liderança popular brasileira dos últimos 50 anos, Luiz Inácio Lula da Silva, vê, claramente, que seu legado e futuro estão sob grand
(Brasília-DF) O vazamento da delação premiada do senhor Ricardo Pessoa, da UTC, dito como o líder do cartel das empreiteiras revelando doações legais e ilegais para a campanha de reeleição tanto do Ex-Presidente Lula como da Presidenta Dilma Rousseff, no bojo da Operação Lava Jato, assim como de vários políticos, inclusive da Oposição, elevam mais ainda o nível de acirramento político.
Os petistas e governista dizem que o vazamento é seletivo para enfraquecer mais ainda o partido, às vésperas da importantíssima viagem da Presidenta Brasileira aos Estados Unidos, uma visita de Estado, em que os americanos se esforçaram para que o Brasil voltasse com destaque para a cena comercial americana. Não podemos esquecer que os americanos se uniram, republicanos e democratas, para que esta viagem tivesse resultados efetivos para as duas economias. Não é bom esquecer, também, que os americanos cientes do enfraquecimento dos Brics, que deve se arrastar até 2018 – vêem uma bela oportunidade para retomar o protagonismo no continente que vinha crescendo acima da média mundial.
A Oposição brasileira que, de fato, não vem apresentado projeto nacional claro, contando com a mediocridade e os seguidos casos de corrupção do atual governo – vem fazendo o mesmo que o PT fazia quando não era poder. Contando com o quanto pior melhor. Alguns se servem para dar eco!
É a briga política, acima dos interesses do País. Os americanos senhores de suas dificuldades e vendo as agruras da Europa, tanto com a crise do euro como a humanitária face a enxurrada de imigrantes que chega ao continente decorrente do esfacelamento do Oriente Médio com a ação do Estado Islâmico, vêm seu futuro, claramente, em meios às brumas.
A crise brasileira é real. Não é meramente interna como dizem os mais próximos a Presidenta. Ela é tanto real que a maior liderança popular brasileira dos últimos 50 anos, Luiz Inácio Lula da Silva, vê, claramente, que seu legado e futuro estão sob grande risco.
Os americanos tiveram a sua mais grave crise moral nos anos de George W Bush. Se nos EUA existisse um pluripartidarismo o escândalo do segundo governo do republicano com as ações do Vice Presidente Dick Cheney, que se serviam da segunda Guerra do Golfo para encher as burras com a corrida armamentista e as petroleiras texanas, talvez sejam dezenas de vez mais danosas aquele País do que foram os desvios na Petrobras para o Brasil.
Governos obreiros e guerreiros são corruptos. Bush se reelegeu e contou com o medo para fazer o que fez. O recente segundo Governo Dilma também contou com medo para chegar onde está.
O tamanho do problema do segundo Governo Dilma Rousseff - com a nova delação na Operação Lava Jato - é incalculável. A Oposição vai ter que se explicar, também. O PMDB e os Senhores do Parlamento não foram tão atingidos nesta leva. Isso fará com que eles tenham mais tempo e combustível para manter suas pautas e interesses em dia.
Enquanto o Brasil se arrasta em seu drama interno, os americanos se preparam para voltar a serem o que se aperfeiçoaram ao longo dos últimos 100 anos: os donos do mundo.
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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