31 de julho de 2025
OPINIÃO

Calma, sem desespero!

Neste momento de crise econômica e política, me preocupou mais que a animia petista frente aos destinos do País, os movimentos de importantes referências da política nordestina. Políticos como o tucano Tasso Jereissati(CE) e o petista Walter Pinheiro(BA)

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(Brasília-DF)  Na semana que se foi, Congresso Nacional votou quase todo o ajuste fiscal lançado como pedra de toque deste segundo mandato da Presidenta Dilma Rousseff.

A Câmara Federal votou a tal Reforma Política, um arremedo é bom que se diga. O PMDB provou que com suas contradições é a referência neste momento de incêndio político, mesmo sendo uma agremiação fisiológica e patrimonialista.

Quem nos acompanha sabe como tenho poucas convicções, porém um achado etnográfico que forma a cultura política nacional me faz crer que não é possível, para o bem e para o mal, fazer política com alguma resolutividade neste país sem os nordestinos. Eles não são os únicos, claro, mas são fundamentais. Conhecem de onde viemos e intuem, mas que sabem, que a sobrevivência é mais importante que qualquer coisa.

Neste momento de crise econômica e política, me preocupou mais que a animia petista frente aos destinos do País, os movimentos de importantes referências da política nordestina.  Políticos como o tucano Tasso Jereissati(CE) e o petista Walter Pinheiro(BA) votaram contra as medidas do ajuste fiscal, com minudentes ressalvas.

Esses dois senhores são políticos respeitáveis em seus campos.  Todos sabem que o Ajuste Fiscal é necessário e que poderia ser melhor, tanto no tamanho e na qualidade da tesourada como nos alvos dessa imensa arrumação de contas.          Quando vemos quadros dessa qualidade votarem contra o Ajuste Fiscal por conta de convicções preciosas que miram objetivos personalíssimos, observamos como o nosso futuro político é perigoso.

Não se há de duvidar que o centro do poder mudou para o Congresso Nacional e as responsabilidades dos senhores e senhoras que lá estão e têm mandato popular é grandiosa. Não falo só dos que têm assento mas de toda a estrutura que dele se serve. Os destinos do País serão tanto mais venturosos na medida que essa classe política assim se entende.

O Congresso mudou muito nesta legislatura. No Senado, um terço da Casa foi alterada – no geral, há gente de retorno e uns que vieram da Câmara Federal.  Na Casa do Povo, uma mudança em quase metade, muita gente jovem – boa parte dele sucessores de velhas lideranças que estiveram por lá por anos. Quando políticos do nível de Tasso Jereissati e Walter Pinheiro, para ficar só com alguns dos bons, tomam rumos como o destacado a preocupação ganha pernas de atleta olímpico!

Nada olímpico são nossos sentimentos frente ao que se apresenta. Temos um Executivo atordoado com o que tem, se socorrendo de um partido parlamentarista que por sua gênese não tem porque fortalecer um modelo centralista. O que preocupa é que não temos nos dois outros partidos grandes deste país, nem no PT e nem no PSDB, pelo que se vê, grandeza para oferecem verdadeiras alternativas políticas de desenvolvimento.

Recentemente, vimos o vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, afirmar que o PSDB não tem projeto para o Brasil. O projeto que o PT tinha para o País, inequivocamente, se esgotou com a proposta de capitalismo de Estado formatada por Dilma Rousseff ao final de seu primeiro Governo.

Bem, não se desespere! Sempre tem o amanhã!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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