31 de julho de 2025
OPINIÃO

Vamos às contas!

Felipe Mendes é um economista, veterano, de visão liberal-desenvolvimentista, que marcou uma geração de economistas brasileiros que se inspiraram em João Paulo dos Reis Veloso.

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(Brasília-DF)  Poderíamos escrever sobre vários assuntos importantes. A China chegando para nos comprar barato, a “impressionante” Lei de Responsabilidade das Estatais e a nova fase de pautas que o Congresso vai impor ao Executivo e ao Judiciário, porém nossa missão, para quem nos acompanha, é a questão e os interesses do Nordeste, esta que é a região que elege e derrotas presidentes da República e que tal-e-qual elefante amarrando num pé de alface não sabe a força que tem!

Pois então: depois de resolvida((?) a questão do Banco do Nordeste veio a solução para a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do S. Francisco e Parnaíba(Codevasf).  As duas instituições são as mais importantes para o Nordeste, hoje!

A definição em torno do nome do economista Felipe Mendes para tocar a Codevasf, independente da disputa política dentro do Governo em torno de baianos e piauienses, ou entre petistas e pepistas, tem um viés interessante, insisto, que vai além da chamada governabilidade.  Felipe Mendes é um economista, veterano, de visão liberal-desenvolvimentista, que marcou uma geração de economistas brasileiros que se inspiraram em João Paulo dos Reis Veloso.

Ele tomou posse na sede do Ministério da Integração Nacional, na última quinta-feira,21, às vésperas do anúncio pelo titular do Ministério do Planejamento, Nélson Barbosa, de que teríamos um contingenciamento, “tesourada orçamentária”, da ordem de R$ 69,9 bilhões. Ele assumiu dizendo, numa breve fala de cinco minutos, que em época de ajuste fiscal tem que se ser competente.  A gestão será a primeira missão do piauiense à frente da companhia que dentro de pouco mais de ano caminha para ser a maior empresa de desenvolvimento em atuação em áreas depressivas economicamente no Mundo.

O Ministério da Integração perdeu no ajuste R$ 2,16 bilhões. Se formos ver a previsão que o Governo Federal mandou ao Congresso Nacional, no ano passado, as perdas são menores, R$ 1,14 bilhões.  Valores consideráveis.  Nélson Barbosa disse que nada na Transposição do São Francisco será paralisada. Existe uma programação para entregar o eixo leste em agosto do ano que vem, 2016.  No mais, Barbosa, em sua coletiva à imprensa na tarde da última sexta-feira, 22, disse que o senhores do “corte serão cada um dos titulares de Ministérios.

Felipe Mendes terá que fazer essa gestão na importante Codevasf.  Podemos, sem medo dizer, que ele terá dificuldades em cuidar das outras tarefas da empresa no Nordeste. Cearenses e potiguares querem que a companhia se estenda para seus rincões. Isso, legalmente, ocorrerá com o início da gestão do Canal da Transposição, porém o Piauí e o Maranhão deverão ser os que mais sofrerão com algum tipo de animia dessa instituição para o desenvolvimento.

Se existe algum ganho para esses nordestinos que moram no Meio Norte, é o fato do novo titular da Companhia ter nascido à beira do Parnaíba. Um ganho competitivo e personalístico. Os baianos vão ter que reclamar com o Bispo, mas o conjunto dos interesses nordestinos, neste momento, vão além desse ou daquele interesse. A grande discussão é como lidar com a grita geral do Ajuste.  A previsão do recuo da economia será de 1,2% do PIB e as perdas diretas para os Estados, todos eles e não só os do Nordeste, podem chegar  a mais de R$ 60 bilhões, no barato!

Vamos às contas!

Por Genésio Araújo Jr, é jornalista

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