31 de julho de 2025
OPINIÃO

Agora, é a porta de saída!

Talvez tenha dado sorte na avaliação, mas o que se vê agora é que os homens fortes do Congresso, que entraram na “Lista de Zavascki” partiram para o ataque duro contra a Procuradoria da República e contra o Palácio do Planalto.

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(Brasília-DF) Na semana passada, neste mesmo espaço, argumentei que frente ao que se apresentava e os seguidos reveses que a articulação política do Palácio do Planalto vinha encarando no Congresso Nacional à iminência da divulgação dos pedidos de abertura de inquérito que a agência Política Real passou a chamar de a “Lista de Zavascki”, por conta da roubalheira na Petrobras, o Governo Federal não saberia pelo que torcer.

Talvez tenha dado sorte na avaliação, mas o que se vê agora é que os homens fortes do Congresso, que entraram na “Lista de Zavascki” partiram para o ataque duro contra a Procuradoria da República e contra o Palácio do Planalto. Era tudo o que o Governo não precisava, que Renan Calheiros e Eduardo Cunha se unissem contra uma Presidenta inábil em lidar com a política, seja ela qual for, a micro política ou a macro política. A Oposição está adorando apesar da exposição que sofre, também, com a “Lista de Zavascki”.

Agora é público, e isso ficou evidente durante este segundo final de semana de março. Até os jejunos na política perceberam que o Congresso, ao contrário do que pensavam alguns não se imagina dependente do Planalto, do Governo Federal, e devem agir numa ação orquestrada contra o Ministério Público e o Planalto. Quem pensa que o Congresso ficará congelado pelo grande número de parlamentares e ex-parlamentares que terão que dar esclarecimentos na Justiça se engana.  A população quer esclarecimento e que se pague o que foi roubado do erário com tantas locupletações e malversações, porém o alvo maior é o Governo face a piora  da vida do cidadão comum.

A população se indigna com a roubalheira, no entanto o que lhe aflige é a condição geral. O Planalto não tem como pressionar o Congresso frente a barafunda que vive. O quadro de completa e intensa deteriorização fez com que rapidamente se disseminassem tentativas de acordões.  Os ricos, mais que os pobres, estão preocupadíssimos com as perdas e desejam que os políticos se entendam. Isto fez com que se divulgasse que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso iria procurar a Presidenta Dilma para um grande entendimento nacional. Rapidamente, Fernando Henrique desmentiu. Tudo isso se deu num final de semana que parecia não ter fim. O segundo final de semana de março de 2015 já entrou para a história política do País.

A partir da confirmação desses processos que teremos pela frente e que marcarão a política brasileira por muitos anos, veremos um divisor de águas na forma de se imaginar o conserto político nacional. Depois de alguns eleições colocando em dúvida se se tem compromisso com política tal ou qual, no caso as conquista sociais, teremos pela frente questões maiores: como tocar um país frente a grandes encruzilhadas! O povo, certamente, no futuro será confrontado com isso.  Saberá lidar com tal charada política!?

Estamos vendo políticos do Nordeste e do Rio de Janeiro, regiões que deram maioria e legitimidade a este governo, mesmo sob intensas suspeitas, sendo referências do iminente impasse nacional. Precisamos de uma porta de saída.  O problema é que nem oposição e nem governo parecem ter em mira a tal porta, em imaginar localizar a maçaneta!

Eis o mistério da fé.

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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