31 de julho de 2025
OPINIÃO

Os novos protagonistas do Nordeste

Ao longo dos anos Lula, e de boa parte dos anos Dilma Rousseff, o grande protagonista do Nordeste foi o falecido governador Eduardo Campos.

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(Brasília-DF)   Este segundo mandato da Presidenta Dilma Rousseff promete ser delineador dos novos protagonistas do Nordeste.

Durante os anos de Fernando Henrique Cardoso, a Bahia de Antônio Carlos Magalhães era a dona da bola. O PFL, partido de ACM, era o maior partido da base e chegou a comandar ,alternadamente, a Câmara e o Senado federais. Ficou clássica a operação em que a Bahia tomou uma fábrica da Ford do Rio Grande do Sul, comandado por uma petista.

Ao longo dos anos Lula, e de boa parte dos anos Dilma Rousseff,  o grande protagonista do Nordeste foi o falecido governador Eduardo Campos. Ele recolocou Pernambuco no centro da região. A tendência é que em qualquer cenário, se ainda estivesse vivo, iria manter o Estado em destaque.

Agora, assumem importantes ministérios na Esplanada dois líderes políticos que vão tentar buscar este protagonismo.

Cid Gomes, do Ceará, assume pela primeira vez um dos mais importantes palcos da política à nível de Executivo Federal, a pasta da Educação. Este espaço por três mandatos petistas foi comandado pela Turma da Estrela. Para dar mais destaque a isto, a Presidenta Dilma elege a educação como o seu lema de Governo, “Brasil Pátria Educadora”.

Jaques Wagner, da Bahia, assume o estratégico Ministério da Defesa com grande orçamento e proeminência no momento em que se aplicará os resultados da Comissão da Verdade e há - agora mais veemente, porém minoritário - gente defendendo ideais direitistas e pedindo a volta dos militares.

Existe uma tendência natural que esses dois políticos, caso tenham sucesso, tirem de Pernambuco a proeminência que voltou a ter. Os outros estados nordestinos têm muitas dificuldades pela frente para mudar esse rota. O Piauí tem o experiente Wellington Dias, Alagoas deverá ter um apoio federal robusto caso Renan Calheiros continue no comando do Senado e o Maranhão será uma vedete nacional face ao fim da Era Sarney, mas suas lideranças terão que remar muito.

É do Ceará, ou da Bahia, que poderá vir algo robusto.  Cid tem contra si não ser do ramo na área de Educação, tem algum trabalho no Ceará, mas está onde está por conta do que fez contra Eduardo Campos, tirando força do PSB que iria à sucessão presidencial e pelo votos que deu a Dilma na eleição de outubro passado. Nos próximos dias ele terá que tourear suas contradições nas relações com os professores, além de lidar com a vontade da burocracia petista de que ele mude a mobília do MEC, no entanto mantenha os mesmos CPF’s despachando por lá.

Jaques Wagner assume com dupla missão, atuar na articulação política,  e tendo sucesso se cacifar ao Palácio do Planalto. Viverá com a sombra do paulista Aloízio Mercadante a lhe cercar.  Os dois políticos, o cearense e o baiano, elegeram em seus estados seus sucessores. O baiano com mais facilidades e o cearense numa disputa dura contra um  adversário articuladíssimo em Brasília. Precisam que seu sucessores tenham sucesso mediano. 

As dificuldades que cada um deles terão, inegável, serão determinantes para que suas ações ,em Brasília, sejam escorreitas e sucedâneas.  Cid Gomes e Jaques Wagner serão as vedetes nordestinas dos próximos meses, talvez anos. O jogo em Brasília não é fácil, Wagner sabe como o jogo é duro, teve dificuldades nas duas vezes em que esteve em postos na Esplanada. O teatro de Brasilia tem muitas luzes, bastidores cruéis e uma assistência infiel.

Eis o mistério da fé

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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