Seja quem levar, Lula vence
Os candidatos que chamam mais atenções neste momento da disputa são todos filhos do lulupetismo.
(Brasília-DF) Foram 17 dias da morte trágica de Eduardo Campos e 13 dias com duas pesquisas - Ibope e Datafolha. Nesse período, Marina Silva saiu de 21% para 34% de intenções de votos. Não resta dúvida que, nessa balada, se nada acontecer de diferente, poderemos ter o inusitado de ver a eleição se encerrar em primeiro turno.
Tanto se isso acontecer, como se não se efetivar, o grande vitorioso dessas eleições gostem ou não os conservadores que desejam o fim do chamado lulopetismo, será o ex-presidente Lula.
Os candidatos que chamam mais atenções neste momento da disputa são todos filhos do lulupetismo.
Vejamos: Dilma Rousseff é uma invenção lulista, que pegou uma pedetista que entrou no PT por conta de um emprego no governo Olívio Dutra.
Marina Silva é fundadora do PT e deu cores ambientalistas ao multicolorido formato que adquiriu o Partido dos Trabalhadores, desde de seus primórdios fazendo a cara do Brasil.
Os mais destacados debatedores do evento da TV Bandeirantes foram os ex-petistas Eduardo Jorge, do Partido Verde, e Luciana Genro, do Psol, pelo menos foi o que se viu entre memes e virais da internet.
Seja qual for o vencedor, seja em primeiro turno ou segundo turno, tudo indica que será alguém que teve por boa parte de sua vida sob a influência dos ex-presidente da República.
Entrevistei o presidente do PPS, o pernambucano Roberto Freire, que se anima em dizer que é chegada a chance de derrotar o lulopetismo. Acredito que pela postura dos mais próximos aliados de Marina Silva – favorita a vencer o pleito - apontam que Freire tem tudo para, mais uma vez, ver frustradas suas esperanças.
Marina renunciando a uma articulação com os grandes partidos no Congresso, terá que deixar de lado as reformas que a tanto tempo permeiam a sociedade brasileira mas que nunca saem. Marina no poder conversará, como já foi antecipado, com os melhor do PT e do PSDB. O PT mesmo com as dificuldades do momento face ao crescimento do PMDB com a tendência de controlar a maioria dos governos estaduais, apontam as pesquisas de momento – deverá ter uma representação legislativa muito maior que o PSDB, que também tende a crescer em alguns estados.
Um governo Marina terá que se entender com os petistas e tucanos, mais com aqueles com esses.
Independente dessas questões objetivas do poder, temos o cenário influenciado pelo subjetivo, imagética, que prega nos cérebros e na alma. Marina é um legado petista. Sei que petistas presos a lógica do poder atual vão discordar, que a ex-senadora se ajustou a temas conservadores e se refugiou em estrabismos, impondo limitações a nova cidadania, especialmente.
Não adianta pormenores. Lula pode até perder a eleição com Dilma mas ganha o seu legado.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista
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