Lula salvará, novamente?!
O ex-presidente Lula, um gênio politico, antes da sagração da candidata petista já tinha dado o tom do perfil da candidatura petista. Mais uma vez ele molda sua criatura política.
(Brasília-DF) Muita gente acreditava que na hora certa o Partido dos Trabalhadores iria substituir o candidato presidencial. Nesse sábado, 21, a Presidenta Dilma foi confirmada como a candidata a sua sucessão. Estranho, mas as os erros políticos, o mau momento econômico e a qualidade dos principais competidores vinham dando condições para que os principais observadores acreditassem, por muito tempo, que o ex-presidente Lula iria aparecer, como se dizia antigamente, com o nome na cédula.
Bem, ainda pode ser feita esta substituição, até o dia 19 de agosto, quando começa a campanha no rádio e TV, ou, legalmente, até o dia 15 de setembro. Não vejo mais condições para tal. A candidata será Dilma Rousseff.
O ex-presidente Lula, um gênio politico, antes da sagração da candidata petista já tinha dado o tom do perfil da candidatura petista. Mais uma vez ele molda sua criatura política. Ele, inteligentemente, contando com a capacidade marqueteira de sua equipe, fez a delimitação dos espaços, não entre os que estão fazendo e aqueles que dizem que podem fazer melhor, mas sempre entre o nós e eles. Genial, mesmo sendo já conhecido.
Lula ao cunhar o a “esperança vai vencer o ódio”, dá o tom da convicção de que teremos uma campanha sangrenta. O PT dá sinais de que estará preparado para o embate.
Já dissemos por aqui que os três principais candidatos não têm origem na direita, quase todos de esquerda ou vêm da social-democracia, porém Lula e o PT sabem que os antipetistas e a direita tradicional, que a cada dia perde a vergonha se se assumir assim(o que é bom para a nossa democracia!), tende a se aninhar em torno do tucano Aécio Neves.
Se Lula e os seus, que já escaparam da sanha moralista que se defende no iconoclastico fim da corrupção - como se isso não fosse um problema brasileiro, mas ,sim, o grande desafio da democracia em todo o planeta, hoje, seja com governos de centro como os de esquerda – agora, tenta se defender da incompetência para manter o país avançando.
Dilma não conseguiu manter o país em sua rota de avanços inegáveis, Lula conta que a militância de direita e antipestista vão cometer os erros do passado sob nova roupagem. Como teremos uma eleição com grande impacto semiótico face a presença das mídias sociais, que estão mais fortes que na última disputa, em 2010, com a presença instantânea de novas ferramentas, Lula conta que o tempero de uma competente campanha na tevê irá sedimentar as diferenças na forma, em detrimento do conteúdo.
Lula aposta que os radicais anti petistas e anti programas sociais vão colocar os ganhos competitivos dos oposicionistas, especialmente dos apoiadores de Aécio Neves, na lata do lixo. Seria a disputa entre a arrogância petista contra a empáfia tucana. Isso não deixa de ser uma aposta de risco, pois a divisão da base, especialmente no Nordeste e no Rio, assim como serão as defecções na imensa base montada para a primeira eleição da Presidenta Dilma, podem ser capitais para estreitar as margens semióticas que Lula acredita que serão seu novo ganho competitivo em meio a uma eleição extremamente disputada.
A temporada de convenções ainda não se esgotou, poderemos ter novidades até lá, porém a forma como a militância tratou o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, pode deixar o PT sozinho em alguns momentos. Esse é mais um risco.
Lula é um craque, já fez das suas. Esta eleição tende a ser a mais difícil que viveu. Dilma poderá vencer, mas outra vez o fará pela força de Lula e não sua!
Eis o mistério da fé!
Por Genésio Araújo Jr é jornalista
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