Eles vão continuar vivos!
No Nordeste, o PMDB terá candidato a governador nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Alagoas.
(Brasília-DF) Começa a temporada das convenções partidárias. A chamada marcha oficial das candidaturas se inicia sob as luzes de pesquisa Datafolha, da última semana, apontando a redução das intenções de votos para a Presidenta Dilma em meio ao crescimento do chamado voto indeciso.
A tendência é que os partidos, especialmente os maiores, devam confirmar seus apoios, que envolve diretamente a definição do tempo de televisão, porém nos estados vão buscar seus caminhos mais adequados, mais lustrosos e históricos para suas sobrevivências. Parece algo normal no jeito brasileiro de fazer política, mas nesta eleição, face as instabilidades na economia e a falta de preparo político da Presidenta da República, essas divisões ficaram mais evidentes.
A primeira convenção importante será a do PMDB. Nessa terça-feira, 10, os peemedebistas devem referendar a manutenção da união do PMDB com o PT.
No Nordeste, o PMDB terá candidato a governador nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Alagoas.
Em Pernambuco, apoiará o PSB e na Bahia ficará com o Democratas e PSDB. Terá o apoio do PT no Maranhão, Paraíba, Sergipe e Alagoas. Ficará contra o PT no Piauí, Ceará( quase certo), Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia.
Na prática, o PMDB ficará contra o PT em cinco estados do Nordeste e terá o apoio deles em outros quatro.
Apesar dos ruídos, a união entre os dois partidos no Nordeste é evidente. O Nordeste vem a ser a região onde a Presidenta Dilma tem mais intenções de votos. A união entre os dois é flagrante, porém quando aproximamos a lupa vemos algo diverso.
Nos três principais colégios eleitorais, e no quatro colégio, a relação entre os dois partidos é bem mais que complexa. No Ceará, o rompimento formal é iminente, porém é certo que o PMDB terá apoio de boa parte do PT em suas disputas locais. No último fim de semana, as principais lideranças do PROS(preferido do PT) local detonaram a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins(PT), que defende candidatura própria mas deverá apoiar o PMDB por debaixo dos panos. Em Pernambuco, o PMDB vai apoiar o PSB de Eduardo Campos - lá, as diferenças entre PT e PMDB são antigas.
No maior colégio eleitoral da região, a Bahia, o PMDB não quer conversa com o PT e se uniu aos seus maiores adversários o Democratas e PSDB. O PT lançou um nome inexperiente em disputas majoritárias e não vive um bom momento.
O Maranhão vem a ser um butim de votos, perdendo só para o trio BA-PE-CE. Na eleição anterior deu quase 80% dos votos para Dilma Rousseff. Agora, o candidato mais forte, com a cara do novo, tem em seu palanque, o PC do B, tradicional aliado do PT, o PSB e o PSDB que farão de tudo por seus candidatos presidenciais.
Mas o assunto aqui é a convenção do PMDB. O maior partido do Brasil deverá voltar a ficar grande no Nordeste, mesmo reclamando do PT, nacionalmente, por conta do tão propalado hegemonismo.
O Brasil reclama a anos do PMDB oportunista e adequado ao poder pelo poder. Pelo jeito vai ter que continuar reclamando de sua existência. O partido vai continuar vivo e forte!
Eis o mistério da fé
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista
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