Dilma e a Política
Dilma conseguiu com o seu movimento palaciano dar novas forças ao PMDB do “abominável” deputado Eduardo Cunha(PMDB-RJ), como dizem alguns no derredor da Presidenta, pois o partido será fundamental para evitar que prospere a CPI da Petrobras.
(Brasília-DF) Este episódio da compra mal feita da refinaria de Passadena, no Texas, pela Petrobras ganhou cores impressionantes, apesar de ser fruto de investigação há um bom tempo, em várias esferas da administração pública, com seus diversos órgãos de fiscalização.
O Palácio do Planalto conseguiu trazer para seu colo uma confusão que estava restrita a estatal quando a chefe de Governo e Estado fez questão de afirmar, em nota, que fora enganada sobre os termos da aquisição que se mostrou desastrosa, à época do negócio era ministra chefe da Casa Civil e presidenta do Conselho de Administração da estatal - por documento falsos e incompletos.
Tal erro político vem irritando mais ao PT que a seus aliados, como até pareceu ao vermos as declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros(PMFB-AL), que afirmou que o senador Delcídio Amaral(PT-MS) não teria indicado o ex-diretor internacional da estatal, Nestor Cerveró, demitido da BR Distribuidora na última sexta-feira – para “roubar a Petrobras”. Todos sabem que a Petrobras, apesar de ter diretores com indicações partidárias, é dominada pelo Partido dos Trabalhadores.
Dilma conseguiu com o seu movimento palaciano dar novas forças ao PMDB do “abominável” deputado Eduardo Cunha(PMDB-RJ), como dizem alguns no derredor da Presidenta, pois o partido será fundamental para evitar que prospere a CPI da Petrobras.
O caso explode no Senado e poderá ser arrefecido na Câmara. Dilma inverte os fios desencapados.
O caso é tão relevante que a Oposição encontra ganhos em meio a mais ima pesquisa Ibope que coloca a Presidenta Dilma em ótima situação, pronta para uma eleição em primeiro turno. É bom destaque que os últimos números sobre emprego e desemprego foram muito bons para o Palácio do Planalto.
O tucano Aécio Neves, que andava mortinho, ao dizer que a “ palavra estava com a Presidente da República” parece subir num palanque que lhe foi colocado pelo cerimonial do Palácio do Planalto. O governador Eduardo Campos(PSB) ao dizer que o movimento de Dilma encoraja ondas pela privatização da estatal, ao tempo que alega ainda ser cedo para uma CPI da Petrobras, dá um show de grandeza política e recupera o discurso típico das esquerdas que fundaram a união que elegeu Lula, em 2.002. Seus críticos, nas esquerdas, vêm dizendo que ele está muito neoliberal nos últimos tempos nessa parceira com os tucanos, em várias posições.
Os nordestinos serão protagonistas nesta semana, que era para ser de votação do Marco Civil da internet.
No Senado, a reunião do PMDB será balizadora. Eunício Oliveira está empolgado com o encontro que teve com Dilma no Ceará, junto com o governador Cid Gomes(PROS). O bom humor do líder cearense será fundamental. Renan Calheiros está irritado e sua postura será fundamental nisso tudo.
Na Câmara Federal, há sinais de que Cunha vai aproveitar a desidratação do blocão para neste episódio voltar a ter o mesmo tamanho do passado, agora só com o seu PMDB. Os nordestinos que lhe cercam(Danilo Forte, Lúcio Vieira Lima, Marcelo Castro, Manoel Junior e Colbert Martins) continuam impossíveis, porém a razoabilidade deverá dominar o momento
Dilma, goste ou não, deu aos políticos, sempre eles, seu destino num momento que era para celebrar! Política.
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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