Tudo pelo mais “barato”
O “Volta Lula” tem uma relação direta nisso. Dilma sabendo disso decidiu no evento da semana passada pelos 34 anos do PT, mandar recados ao pré-candidato do PSB, o governador Eduardo Campos, de Pernambuco.
(Brasília-DF) Como se antevia a semana passada foi marcada pela repercussão da morte do jornalista Santiago Andrade, o que fez com que se adiasse a reforma ministerial do último ano do governo Dilma.
Chamou atenção o retorno da onda “Volta Lula” num momento não tão ruim da Presidenta Dilma, mas sem dúvida pendular entre boas e más notícias. A inflação caiu mas com sinais de recessão ao tempo que fica evidente que não tem risco de apagão pois temos um sistema com compensações e as chuvas parecem terem recomeçado.
Os analistas e pesquisas, que estão sendo feitas aos borbotões mas não estão sendo divulgadas, apontam que teremos uma disputa dura com um segundo turno com muitas emoções. Numa economia em recuperação os grandes conglomerados e grupos nacionais e internacionais buscam uma eleição mais barata, através de seus áulicos buscam que se encontrem saídas mais “baratas”.
O “Volta Lula” tem uma relação direta nisso. Dilma sabendo disso decidiu no evento da semana passada pelos 34 anos do PT, mandar recados ao pré-candidato do PSB, o governador Eduardo Campos, de Pernambuco. Ela disse que os que acham que o ciclo do PT está encerrado, que pregam o derrotismo, estão enganados. Não ache que isso era para o PSDB de Aécio Neves, que fez os movimentos mais veementes contra Dilma desde a viagem a Davos-Cuba, em janeiro.
Nós que acompanhamos a política nacional e vivemos em Brasília sabemos que o maior temor do Planalto não vem de Minas mas de Pernambuco. O petistas sabem que se forem para um segundo turno com o nordestino, acompanhado de Marina Silva, correm seríssimo risco. Dilma mira Campos com a mesma lente usada por Lee Harvey Oswald naquela famosa tarde de Chicago. Parece querer ferí-lo de morte para se apropriar da empatia que o pernambucano exala. Ao se falar de Lula, engessa-se Campos que não tem como confrontá-lo, publicamente.
Na última sexta-feira,14, no momento em que foi questionado pela Política Real sobre o retorno de Lula, ele, que estava em Brasília por conta do encontro da executiva nacional do PPS que deseja apoiá-lo - foi tranquilo em responder, com é de seu hábito, que não se discutia ali a candidatura de outros partidos, mas a união de PPS com o PSB/Rede. Esta é marca de Campos, ele devolve a bola sem ranger de dentes. Ele sabe que os que os que estão “doidos” para apoiá-lo não o fazem as escancaras na esperança de que algo pode acontecer a qualquer momento, e Dilma poderia ser rifada. Eles sabem que vem por aí uma Copa do Mundo que poderá afundar o sonho petista de continuar no poder tendo Dilma Rousseff como cabeça de chapa.
Para confirmar isso, a entrevista do primeiro vice presidente da Câmara Federal, André Vargas(PT-PR) chamando o núcleo político do Planalto de inábil, ele que virou uma referência dentro do partido depois do episódio em que levantou o punho em apoio aos condenados na ação penal 470, com a presença do ministro presidente do Supremo Tribunal Federa, Joaquim Barbosa, são tijolaços no muro que cerca as pretensões de Dilma e Campos. Só um tolo não vê.
Tanto os conservadores como os governistas mais xiitas sabem disso. Fingem que não vêm para não se confrontarem com seus mais sérios problemas.
Campos sabe disso e tenta manter o sangue frio. O pragmatismo é bom conselheiro neste momento e recomenda resguardo. Tanto a uns como a outros parece não restar muita coisa. Dilma escolheu seu adversário nesses últimos dias. Não sabemos se este seja o mais recomendado.
Caminhos a passos largos para o Carnaval, mas teremos novidades até lá.
Boa semana a todos.
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista
e-mail: [email protected]