O fator PSB

(Brasília-DF) O final de semana, para nós do Nordeste, se iniciou com o evento do PSDB em Maceió.

Aécio Neves elogiou Campos e o PSB. O PSDB precisa crescer no Nordeste e quer fazê-lo tendo o PSB como muletas. Cada partido tem os seus problemas.  A possibilidade de até 100 deputados federais mudarem de partido até 5 de outubro é uma prova de que todas as agremiações, e os ajustes políticos, precisam de sintonias.

A entrega dos cargos do PSB, principalmente os dois ministérios que tinha( Integração Nacional e Portos) e a CHESF a Presidenta Dilma mais que um problema para a gestão do Governo Federal que envolve o futuro da vida política no Ceará e Piauí especialmente, estados comandados por socialistas - é um duro golpe na gestão do governo federal no Nordeste.

Dilma e seu Governo nunca tiveram um plano claro para o Nordeste.  Lula teve o sentimento, único, de com seus “dedazos” apontar para uma lógica de equilíbrio na região, mas que precisava de sintonia, coisa que Dilma nunca soube ou quis fazer. Cercada de sulistas por todos os lados, que só conhecem o Nordeste a partir de resorts à beira mar, repetiu os equívocos dos tucanos paulistas.  As lideranças nordestinas em face da crise do novo endividamento e da seca precisavam ficar no imediato, nunca no mediato.

Com esse vareio nos cargos de segundo escalão, que se espera próximo, teremos um natural impasse no Nordeste.  A revisão do plano de desenvolvimento regional e a nova fórmula do DNCS, para ficar em alguns casos, que precisava vir às claras na chegada no orçamento da União para o último ano do Governo Dilma, 2014, são eventos categóricos.  Os que virão para ocupar postos na Sudene, CHESF e alguns postos na Codevasf assim como no board da Integração Nacional motivaram um experiente congressista, do velho PMDB, a ir à tribuna da Câmara Federal para destacar tamanha solução de continuidade.  A velha raposa do PSMB pensou bem e recolheu suas angústias, talvez motivado pela cúpula partidária que vê a possibilidade de herdar tal butim!

A verdade é que tamanho solavanco, além de mudar a vida dos políticos, atrapalha a vida do cidadão comum que espera que o Estado chegue onde deve aportar.

Sobre a crítica dos petistas de que Eduardo Campos se alia a tucanos, agentes da direita neste momento de aparente fragilidade dos petistas e do Governo, importa dizer que foi no Recife que o Partido dos Trabalhadores assinou a Carta que ajudou a mudar a sua cara e o uniu ao conservador Partido Liberal para formar a chapa que ajudou a mudar o Brasil com a eleição de Lula, em 2002.

Por muito tempo, a elite intelectual paulistana, especialmente, queria porque queria que PT e PSDB se unissem, a bem do Brasil moderno, que exigia o início da década passada.  PT e PSDB mudaram.

O PSDB se uniu ao PFL para tocar o Brasil(!),  O PT se uniu ao PMDB para mudar o Brasil(!). Por qual motivo o PSB não pode flertar e até casar com a direita para chegar ao poder?!  Bem, se isso é pecado só teremos a história porém querer falar que representa o novo lá são outros quinhentos!

Eis o mistério da fé.

Por Genésio Araújo Jr, é jornalista

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