31 de julho de 2025

Sem apostas, por favor!

A coluna de Genésio Araújo Junior é editada todos os domingos neste espaço

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(Brasília-DF) A semana já está marcada com a presença do Papa Francisco no Brasil , por conta da Jornada Mundial da Juventude, na cidade do Rio de  Janeiro.  O Mundo estará com suas atenções voltadas para o país.

O Papa argentino que ama o Brasil chega ao País ainda sobre o recaldo político nacional da última pesquisa Ibope, reveladora de que a Presidenta Dilma teria que disputar um segundo turno com a ex-senadora Marina Silva se a eleição presidencial fosse hoje. A única região do país onde não haveria empate técnico entre as duas seria no Nordeste.

Sabendo-se que nas últimas eleições presidenciais as regiões do Rio de Janeiro, Minas e Nordeste foram decisivas para a escolha dos últimos chefes de Estado e Governo, ao tempo que, até pouco mais de 40 dias, a Presidenta da República era favoritíssima a renovar o mandato no ano que vem, não resta dúvidas de que vivemos um momento marcante neste país.

Os efeitos deletérios das manifestações de junho aliados às dificuldades veementes deste terceiro ano de mandato da Presidenta Dilma a cada dia parecem maiores do que na verdade são.  Parece que os ganhos sociais e econômicos que o país viveu nos últimos 10 anos estão garantindo a Presidenta Dilma algum tipo de sucesso no Nordeste comparado ao que ela não tem noutras regiões. Alegar que sejam, tão somente, os efeitos dos programas sociais seria temerário. Sabe-se que os programas sociais fazem sucesso noutras regiões do país, como a própria Minas e o Rio. Não podemos esquecer que Eduardo Campos está, e é forte, no Nordeste e estava entre os presidenciáveis citados na pesquisa.

Dilma tem ido muito ao Nordeste e apresentou recentemente um novo marco regulatório, em acordo com o Congresso, para a questão do endividamento rural que tem projeção sobre a nossa classe média rural, porém é algo que a maioria não sentiu.

A nova classe média, suscetível a conclamações como a do Anonimus, que grassa na internet, segundo números do Ipea, surgiu fortemente nas periferias das grandes e médias cidades nordestinas.  De qualquer forma, a postura pretensamente apolítica da ex-senadora Marina Silva se revela, nitidamente, própria ao momento de intenso desgaste da figura do político tradicional. Marina Silva está levando essa, por enquanto, se se pode dizer assim.

Alegar que a Presidenta Dilma estaria fadada a não fazer mais nada a não esperar o seu mandato chegar ao final, seria uma estultice. A ex-senadora Marina Silva ainda não tem um partido para chamar de seu. A Rede Sustentabilidade ainda não está concluída, e deverá estar pronto até setembro deste ano.  Esta semana com a presença do Papa existe a possibilidade de algum tipo de manifestações, porém grupos se organizam para um grande evento no dia 7 de setembro, organizado pelos neofascistas do Anonimus.  Até lá outros agentes políticos se arrumarão em articulações, manobras e ações. 

Percebemos que ainda existe muito espaço para a Política e os políticos tradicionais. A passagem do Papa pelo Brasil. Certamente, deixará seu legado sobre a política, que ainda não podemos medir. Fala-se que o Papa falará da boa política o que dará ânimo a quem é do ramo. A própria Marina Silva, que vem ganhando agora, vem da política tradicional e não é católica. 

A verdade é que apesar das imprevisibilidades que dão margem a todos os pré-candidatos( Dilma, Marina, Aécio e Eduardo), temos um calendário e vem a ser só no dicionário que sucesso vem antes de trabalho.\

Eis o mistério da fé.

Por Genésio Araújo Jr, é jornalista

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