Fator Fernando Bezerra Coelho
A coluna de Genésio Junior é publicada todos os domingos neste espaço
(Brasília-DF) Termina semana, entra semana e a coisa não muda nessa roda viva que virou a antecipação eleitoral no Brasil. Todo mundo sabe que o Canelau está ligado é nas contas, em melhorar a vida, na saúde, no trânsito, no futuro, filhos e mais essas e ou tras. Alguém disse que essa coisa toda está na cabeça dos jornalistas e dos políticos. Então que seja!
A semana que passou foi marcada pelo recuo público do governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Não foi recuo dos fracos e equivocados, mas dos ajuizados e fortes. A agência Política Real, especializada em Nordeste, apurou que Campos não fez isso só porque a Presidenta Dilma ficou “machucada” com suas falas no programa nacional do PSB, em rede de rádio e tevê. Campos recuou, pois os governadores de seu partido estão vivendo encruzilhadas. Campos não é líder de si só.
O PSB tem seis governadores, sendo quatro no Nordeste, um no Norte e outro no Sudeste. Os pequeninhos Espírito Santo, que vive um ataque constante, que envolveu até Lula no caso dos interesses de Eike Batista, e o Amapá, que vive só de transferências constitucionais, são exemplos da agonia. Todos eles conseguiram avançar em suas capacidades de endividamento, e fora recursos do PAC, que podem ou não entrar, podem captar entre 1,8 bi e 2,6 bi em recursos para investimentos. Os que conseguiram resolver com os recursos do Banco Mundial, que voltou a investir forte no Nordeste, estão bem, mas o grosso, que viria com o Proinveste ainda não caiu na conta. Esses governadores disseram a Campos que estão com ele, mas pediram juízo e prudência.
O mais ajuizado dos Ferreira Gomes, Cid Gomes ganha fôlego em sua tese de uma discussão antecipada no Partido - ele é pró Dilma - e que vai deixar todo mundo de cabelo em pé. Campos terá que enfrentar organicamente.
A Política Real apurou, em Pernambuco e em Brasília, que o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), já começa a negociar com o PMDB. Michel Temer que já desfalcou o PSB, no Goiás, tirando Junior do frigorífico Friboi(JBS) do time socialista, pode fazer uma grande jogada, desfalcando o PSB e ganhando um Ministério para o PMDB. No xadrex, é como um cavalo tirasse dois bispos. Um arraso!
Se isso de fato acontecer, isso viria até outubro, quando existe a necessidade das novas filiações – é bom lembrar que FBC não tem mandato eletivo –, obrigaria que o PSB discutisse, nacionalmente, seu futuro, pois o PMDB, naturalmente, iria pedir os cargos que hoje estão com o PSB no âmbito do Ministério da Integração Nacional. É previsível imaginar que Bezerra Coelho seria mantido na pasta que ocupa. Bem, essas são constatações do analista, porém críveis. Cid Gomes ganharia pontos com suas teses e Campos teria que se voltar, obrigatoriamente, para o seu cenário original: Pernambuco.
O fortalecimento do PMDB e o enfraquecimento do PSB seriam fundamentais numa cena às vésperas de um processo eleitoral dentro do PT, a famosa PED que se encerra em novembro.
Bem, as essas coisas estão nas cabeças de jornalistas e políticos. Deixa prá lá.
Eis o mistério do fé.
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista
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