31 de julho de 2025

A chuvada, os nordestinos e o mito da gestão dilmista

A coluna de Genésio Araújo JR é publicada todos os domingos neste espaço

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( Brasília-DF) A bola da vez são os políticos nordestinos. Tudo previsível,
Todo mundo sabia que a chuvarada de fim e de início de ano iria pegar o Brasil, mais uma vez, desprevinido. Desde o início do Governo Lula a elite nordestina vem ocupando o Ministério da Integração Nacional – este ministério vem a ser o mais importante para o Nordeste, apesar de perder em recursos para vários outros, como Saúde e Educação. Primeiro foi com Ciro Gomes, ainda no PPS, ele que tinha sido candidato à Presidência da República, em 2003. Depois veio o baiano Geddel Vieira Lima, do poderoso PMDB, e agora com o PSB, o partido de Eduardo Campos, fundado por Arraes. O senhor Fernando Bezerra Coelho é reconhecido como um grande executivo público.
A chuvarada sempre pegou esse povo de jeito. Foi assim no segundo ano do primeiro mandato de Lula. Ciro Gomes viu as enchentes atingirem o Nordeste e não tanto o Sudeste naquele ano de 2004. Ele tentou implantar um sistema de alertas, mas a Secretaria de Defesa Civil não avançou em responsabilidades desde então e nem o sistema ficou evidente e ganhou respeito. É bom que lembre que Ciro Gomes sempre foi visto como bom gestor.  Veio Geddel, que não tem nada de gestor, mas é conhecido por usar a política para dar nó em pingo d`água. Nada se viu além. No fim de 2010 e início de 2011, vimos mais de 800 pessoas morrerem no Estado do Rio de Janeiro.
Morreram bacanas em recantos sofisticados do mais glamuroso estado da Federação. Passados 12 meses e a chuvarada fez estragos, novamente! Chegou a expor ao sol(!?) a força da família Bezerra Coelho que manda na política pernambucana e nordestina desde sempre. 
A Codevasf, a maior empresa sob tutela do Ministério da Integração, será ocupada dentro em breve por um nome ligado ao Piauí, que não faz parte da elite política nordestina e brasileira desde Petrônio Portella e Hugo Napoleão, aquele na ditadura e este quando presidente do então poderoso PFL. Vamos acompanhar se eles, os piauienses, poderão edificar um totem à gestão, mas é bom lembrar este posto não tem relação direta com ações de apoio e ajuste às chuvaradas e coisas do gênero.
O que chama atenção é que a partir de 2005, a senhora Dilma Rousseff passou a saber como anda a gestão brasileira voltada para o combate às catástrofes. Dizer, alegar, que não conhece a situação seria um absurdo! A Presidenta da República encoraja os que dizem que seu maior mérito é ser uma boa gestora, adaptada ao novo momento e a lógica mundial atual.
Vimos neste último episódio que não é bem assim.
É fácil colocar a culpa nos políticos nordestinos, é fácil dizer que eles são adeptos do nepotismo, é fácil mirar nos mais “fracos” quando vimos, claramente, que mineiros-gaúchos fazem barbeiragens estratégicas.
Tem gente usando biombo nordestino para melhor passar.
Eis o mistério da fé
 Genésio Araújo Jr, é jornalista