Dilma, Eduardo Campos, PSD, PMDB....
A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos, aqui
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( Brasília-DF) Vivemos uma semana para nos orgulhar de nossa Chefe de Estado. Até o mais impertinente dos adversários do PT, de Lula e da atual chefe do Governo Federal vai ter que reconhecer que a performace da senhora Dilma Rousseff na sessão anual da Organização das Nações Unidas, ONU, foi um sucesso. Sua famosa rabugice até que ajudou. Sorriso largo ajuda muito, mas uma cara feia e uma boa dose de pitos até que cai bem.
Por aqui tivemos reuniões nada frutíferas na questão do Pré-sal. A segunda volta das negociações para uma alternativa à votação do veto do Presidente Lula foi um fiasco. Tivemos a exibição de força e de poder do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Já escrevi por aqui, e na cobertura diária nos sites da agência Política Real - que a Presidente Dilma ainda não resolveu tudo de estratégico nas políticas do Nordeste, ainda, medindo o tamanho desse movimento para o futuro político do governador de Pernambuco. Pois bem, mas o que chama atenção para os próximos capítulos é outro assunto.
Na semana que vem deveremos ter uma solução para a vida do PSD. Ele deverá ter o seu registro confirmado pelo TSE. É um partido que já nasce grande. 49 deputados federais, 2 senadores e 2 governadores e 6 vice governadores, além de um patrimônio possível de 7,2 milhões de votos. Não se sabe como vai se comportar o novo partido, mas tudo indica que vai seguir a cartilha exitosa do PMDB. Se o novo PSD lembra o passado é porque que ser efetivamente um PMDB. O PMDB é o efetivo PSD do passado. Será governo onde for interesse. Já nasce com os vícios do PMDB e sem as virtudes do bom MDB.
Outro problemão da vida parlamentar foi o enfraquecimento da liderança do PMDB na Câmara Federal. O líder do partido, o nordestino Henrique Eduardo Alves(RN), começou o atual Governo sendo o sustentáculo parlamentar do Palácio do Planalto e isso ficou evidente na votação do salário mínimo, o grande desafio para Dilma no Congresso Nacional nesse início do ano. O PMDB deu todos os seus votos para a proposta do Governo. O PT não conseguiu tal proeza. Depois disso vieram problemas. Ele comandou reuniões políticas, de portas abertas, colocando o PMDB contra o Governo e o PT em vários episódios – o ponto alto foi a votação do Código Florestral e na recente pauta da Emenda 29, com a postura contrária a uma nova fonte de financiamento da saúde pública.
A forma como a bancada do PMDB se dividiu na votação para a escolha do novo ministro do Tribunal de Contas da União, TCU, foi a gota d’ água. Eu não duvido que parte da bancada queira destituí-lo antes do início do ano que vem. O enfraquecimento de Henrique Alves é o enfraquecimento do atual líder do Governo, Candido Vacarezza, que só tem em comum com o deputado Marco Maia(PT-RS), presidente da Câmara, o fato de serem petistas e os fiadores do acordo com o PMDB( leia Henrique Eduardo Alves) para o comanda da Câmara Federal na segunda metade desta legislatura.
A falta de gestão pelo Palácio do Planalto dessas duas questões - PSD e PMDB – poderão dar uma dor de cabeça que não precisava ser tida. Não existe gestão parlamentar sem crise, faz parte, mas para uma Presidenta sem carisma parece ser um problema sempre maior.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr é jornalista
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