31 de julho de 2025

Desenvolvimento regional e os equívocos europeus

A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos, aqui

Publicado em

( Brasília-DF) Apesar do assunto preferido em quase todas as rodas de Brasília ser a política, face ao período de recesso ter sido abreviado a pouco e também ser conhecido o hábito brasilíndio de evadir-se, mesmo a cidade sendo um luxo - surgiram algumas pilhérias econômicas.

A crise global chegou, é gritante, a terceira economia da Zona do Euro, Itália decidiu aplicar um arrocho de ¢ 45 milhões. Grécia, Irlanda já caíram - Portugal e Espanha ainda não foram por muito pouco. A brincadeira é o seguinte: se algum alagoano, maranhense ou piauiense bacana desfilar com sinais exteriores de prosperidade em algum boulevard europeu corre o risco de  ser abordado por moças de todas as classes com o intuito de firmar relação e se mudar para os “novos ricos” do Planeta. Olhe bem: estou falando dos nordestinos tidos como os mais indigentes da região.    A situação da Europa atual se parece com a do pós-guerra, guardadas as proporções, quando as mais belas europeias procuravam os soldados americanos como tábua de salvação para sair daquele inferno de sofrimento. Marlene Dietrich imortalizou essas mulheres em alguns de seus filmes mais famosos.
Durante muito tempo se falava da ação meritória da política de desenvolvimento regional desenvolvida desde o antigo acordo geral de tarifas, Gatt, a Comunidade Europeia de Nações e depois a chegada a Zona do Euro. Os brasileiros mais atentos às políticas de desenvolvimento regional viam na ação europeia dos anos 90 um sucesso. Ficou claro que a moeda única foi fundamental para que se visse que a lógica macroeconômica e a mundialização(como eles chamavam a globalização) merecia ser melhor aproveitada por eles. Valia à pena para a Europa rica financiar os países menos desenvolvidos da Zona. A conta fechava e a poupança feita, tradicional na cultura europeia, valia seu peso. O problema foi que esses países não renunciaram a outras auto favores. O controle fiscal que tanto eles cobravam de nós não era atendido.
Nós aqui no Brasil ainda não sabemos o que vamos fazer com nossas vantagens competitivas frente a este momento global. Fala-se que os chineses e indianos estão aproveitando a sua competitividade para produzir – um manufaturados e o outro serviços, especialmente.  Nós ainda não temos um foco claro. Nós do Nordeste ficamos empolgados com políticas de desenvolvimento regional exitosas. Devemos aproveitar e aprender com os erros dos europeus. O nosso maior problema é que se temos dúvidas, o Governo Federal não sabe ainda o que fazer conosco. Nossa classe política sempre preocupada com a próxima eleição pior ainda. 
A Presidente Dilma vive um momento complexo. O governo tem grandes dificuldades para lidar com sua base de sustentação no Congresso Nacional. Os casos de malversação e a forma como a Polícia Federal vem tratando os casos estão gerando estragos. A desconfiança entre os políticos é muito grande. A deteriorização em sua popularidade é polêmica, na avaliação dos pesquisadores. Em política, se sabe que  maldades se fazem todas ao mesmo tempo.   No Brasil, poderíamos dizer que maldades podem ser feitas quando ainda se pode fazer bondades, mais adiante. Dilma não tem cara de que faz bondades.  A incapacidade de encantar da Presidenta é flagrante.
Ambiente preocupante.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr é jornalista