31 de julho de 2025

A incômoda lealdade dos peemedebistas

A coluna de Genésio Junior é publicada todos os domingos

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( Brasília-DF) A fala do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, em entrevista exclusiva para o “JN” da Rede Globo de Televisão e, em jornal, para o jornal “Folha de S. Paulo” na sexta-feira e no sábado, respectivamente, já são os fatos desta semana que se inicia.
 
O Governo Federal lançou na última quinta-feira,02, o “Brasil Sem Miséria” no Palácio do Planalto com direito a todo o poder nacional. Só faltou quem podia ou deveria. Seria leviano dizer que a primeira vista parecia o “mais-do-mesmo”. Os especialistas dizem que não. A Política Real, a agência de notícias que cuida de Nordeste, ouviu o pesquisador Macelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas – FGV, que disse não. Tem algo novo no programa de combate a extrema miséria do novo governo. Conversei com o deputado José Guimarães( PT-CE), vice líder do Governo e vice presidente do PT, com alguns outros jornalistas no dia do lançamento do programa, mas em meio as especulações sobre a fala, que veio, do ministro Palocci. Ele pediu que déssemos atenção ao novo programa e não só ao Ministro da Casa Civil. Difícil.   Na Política Real houve uma ampla cobertura sobre o assunto, mas o Caso Palocci vai além da grita da oposição. A sociedade clama por esclarecimentos.
 
Palocci não foi de todo mal, mas não foi de todo bem. O que fica evidente é que o PT tem dificuldades para lidar com a questão mais que seu principal apoiador, o PMDB. O Palácio do Jaburu parece exalar um poder além da conta que ele deveria ter. Enquanto fica evidente que existe muita gente interessada nas dificuldades de Palocci dentre de seu partido, o que exulta tucanos, demistas e outros, o PMDB dá demonstrações seguidas de que o PSD pode até ter voltado, mas o profissionalismo dos verdadeiros pessedistas exala a prudência da próxima curva de todo governo: a ventura. Se Palocci vai se desmontar, devemos aguardar, mas é certo que a declaração do VP Michel Temer em apoio a Palocci após a fala de sexta-feira tem uma força só menor que nova fala de apoio de Dilma para seu Ministro. Temer, como vazou à mídia, foi destratado pelo ainda titular da Casa Civil, e aproveita para lhe dar mais respeito e deferência. Se sabe que o PSB( Eduardo Campos) disse que ele( Palocci) deveria falar. O PMDB não cobrou explicações. Vem mostrando ao poder quem é quem tem madeira para queimar. Ainda na sexta-feira, eles fizeram um programa nacional redondinho, no rádio e na tevê ,- colocaram Lula em destaque em detrimento dos seus. No Nordeste, o PMDB só tem um governo, mas tem a força de José Sarney, Renan Calheiros, os Alves e Eunício Oliveira. 
 
O jogo de poder no Nordeste a partir desse novo status peemedebista quando a crise acabar, em tese, não deve mudar muito. Os peemedebistas não buscam tanto espaço no Nordeste, estavam convencidos que o momento na região era para os socialistas do PSB e os petistas. Com o impasse no poder real para o Nordeste, estabelece-se a dúvida sobre a retomada. Não acredito em novas mudanças em meio ao cipoal criado pela postura da Presidenta da República, agora é certo que eles vão ter algum poder de veto, lá eles terão, sim.
 
A união peemedebista incomoda tanto quanto a desunião dos petistas.
 
Eis o mistério da fé.
 
Por Genésio Araújo Jr, jornalista