Sobre Guerra, Paz e Política
Ele avalia os vencedores neste episódio da votação do salário mínimo
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( Brasília-DF) A Política, dizem alguns, é uma guerra sem mortes, sem guerreiros; para outros é a fase posterior ou anterior da guerra com armas, enfim, vivemos sempre em meio a Política e ela adora falar de vencedores e derrotados. É bom lembrar que na guerra quase sempre quem vencer aniquila o vencido. Na Política, o vencido de hoje poderá ser o vencedor de amanhã.
Pois bem, a Presidenta Dilma venceu a sua primeira batalha com os políticos. Nessa semana terminou a disputa para ver quem levava melhor nessa questão do aumento do salário mínimo em R$ 545,00. Quem conhece Brasília, sabia que essa seria uma batalha de vencedor certo, mas o Governo queria marcar seu tamanho, para definir novas estratégias.
Vamos cuidar dos vencedores. Na semana anterior poderíamos dizer que o grande vencedor foi o PMDB de Michel Temer e Henrique Eduardo Alves(RN). A exibição de músculos sobre o PT foi evidente e mostrou seu tamanho e importância. Nessa semana, vimos a vitória do PT com Dilma e o líder do partido no Senado, Humberto Costa(PE). O PMDB de Sarney/Renan/Romero/Eunício/Raupp não conseguiu entregar tudo que foi feito pelos peemedebistas da Câmara. É verdade que à exceção de Jarbas Vasconcelos(PMDB-PE) que é mais tucano que Aécio Neves, os outros votos peemedebistas(ou se abstiveram ou votaram contra) saíram motivados por questões regionais. Enfim, o que fica é o resultado. Dilma Rousseff convenceu Paulo Paim e Costa foi hábil. Chama atenção, e aqui se faz necessário destacar, o papel deste nordestino que como Ciro Gomes só fez nascer em São Paulo. Bem, as semelhanças entre os dois termina aí.
Costa chama atenção pelo novo estilo que está levando à liderança do Partido dos Trabalhadores no Senado. Ele levou uma hábil dose de prudência e sofisticação em substituição a empáfia e arrogância, que marcou o comando do partido naquela Casa tanto com um paulista como com um barriga verde, respectivamente.
As colegas jornalistas que fazem o Senado estão encantadas. Destaque-se que não é pelas belezas do rapaz que não as tem (é verdade que não sou um especialista!). Costa estreou no comando do PT tendo que inaugurar a “divisão” do cargo da Primeira Vice Presidência do Senado e conduzir o equívoco de querer peitar o PMDB no comando das comissões permanentes. Esta última questão está para ser melhor explicada, mas tudo indica que ele teve que digerir o aroubo do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. Reparos houve mas que se dissiparam.
Costa é tão hábil que não patrocinou comemorações. Ele não permitiu que se fizessem exibições após a vitória. Ainda não se sabe se combinado com o Palácio do Planalto. Podem vir razões que só o Diário Oficial da União explicam.
Os nordestinos foram grandes artífices desta primeira grande vitória e marcação de território da Presidenta e seu Governo.
Insisto: esta gente tem que trazer seu prestígio para ajudar nossa gente a viver melhor.
Se a Política é a extensão da Guerra nos momentos de Paz, que estes senhores prestigiados saibam de onde vêm.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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