31 de julho de 2025

Agora é para valer!

A coluna de Genésio Araújo JR é publicada todos os domingos neste espaço

Publicado em

( Brasília-DF) Agora é para valer! Esta será a primeira semana “hard” do futuro governo Dilma Rousseff.

A presidente eleita não pode mais dizer que não sabe nada do que pensam os seus aliados. Depois de uma primeira semana em que o PSB deu as cartas face aos equívocos(!?)  na lida com o PMDB, a coisa virou!
Enquanto todos achavam que a bola só irá voltar a girar após o retorno dos presidentes do giro África-Ásia, verificamos que não foi bem assim. O PMDB viu que a estratégia era ousada, queriam tirá-lo do comando da Câmara e do Senado de uma vez só. Em política mais que nas fábulas de Fontaine quem sai na frente nem sempre chega bem e adiante de todos. Nem sempre em política quem está na frente está melhor.
O PMDB jogou bem. Temer mostrou que é  uma ilha sem votos cercada de votos por todos os lados. Eles fizeram uma ponte com os outros seis partidos de centro que compõe o leque de 10 partidos que ajudaram a eleger Dilma Rousseff e aplicaram duas pegadinhas no PT-PSB. 
Ao afirmar, lá em Buenos Aires que o PMDB não iria gerar problemas para ficar na segunda fase do rodízio para comandar a Câmara Federal, Temer começou a apertar o nó que começou a se fechar quando essa maioria de partidos mandou avisar que deseja que tudo fique do mesmo tamanho que era no governo Lula. Duas jogadas coordenadas por Temer, especialmente. Os outros partidos de centro, especialmente PR e PP viram que este era o caminho.   
O PT deseja que haja rodízio no Senado também. Não vai dar para avançar, pois na chamada Câmara Alta esta questão de comando é regimental que na Câmara é só tradicional.   Bingo!? Ainda não se sabe.  O jogo virou e agora, tudo indica que se vai que avançar noutros pontos para virar a partida novamente.
É mais que certo que a diminuição do tamanho da Casa Civil, que não tem porque ter agora um gerente do PAC,  visto que isto é coisa para a própria Dilma manter sob controle, se imagina que os ministérios voltarão a ter o comando efetivo das obras sob o olhar direto da presidente. Com isso, os maiores ministérios com obras no PAC no Nordeste -  Integração Nacional, Minas e Energia e Transportes – ganham outra dimensão. Tudo indica que dois desses ministérios deverão ficar mesmo com nordestinos, Minas e Integração. Mais que indicados pelos partidos esses nomes terão a cara da presidente.
Esta é outra briga. Se o PMDB manter as Minas não tem porque a Integração continuar com eles. Esta é a jogada que o PSB deve entender como a mais significativa. 
Já se observa entre os petistas nordestinos uma certa aflição com este momento. Vai depender muito de Jaques Wagner para a coisa melhorar, mas ele anuncia que não vai ficar brigando por tantos ministérios como se conta.
Se ele quisesse formar um bloco de petistas nordestinos iria dar o que falar, mas ele não é afeito a tendências.     
Os próximos dias prometem!
Eis o mistério da fé.
 
Por Genésio Araújo Junior