31 de julho de 2025

O Nordeste e o Super Governo

A coluna de Genésio Junior é publicada todos os domingos

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( Brasília-DF,29/08/2010)   Tudo indica, e parece que as pesquisas não precisam mais apontar, que irá se confirmar nos primeiros e nos últimos dias de outubro uma vitória esmagadora dos candidatos oficiais, apoiado pelo Presidente Lula e seu Governo. Vai começar com a “presidenta” Dilma Rousseff e terminar com a eleição de governadores, deputados e senadores governistas.

 
Bem, com isso vamos ficar com um problemão: e a oposição?!. Todo mundo sabe que uma democracia precisa de quem institucionalmente diga que existe algo errado. 
 
Faz tempo que ouvimos falar dos tais dos ouvidores ou ombudsmen que são instituídos ,especialmente, nas sociedades escandinavas. Se você não sabe, eles existem exatamente porque as democracias escandidavas são conhecidas por oposicionistas frágeis. O Estado se serve de um fiscal interno para não perde o senso. Governo sem Oposição é como um personagem célebre de Orson Wilde: detesta olhar para o espelho, pois se mirar lá no fundo verá que é velho, que é feio e que deve fenecer!
 
Tem gente falando que iremos ver nascer um PRI mexicano com a união PT/PMDB. Outros dizem que é uma bobagem - que no Brasil as coisas são diferentes, e que o PRI surgiu de um processo de revolução e conformação. A revolução no Brasil não existe. Podemos até estar realizando uma revolução pelo voto, mas não acredito, pois as pessoas estão anímicas com o processo político. A coisa seria genial se as pessoas estivessem conscientes do que fazem - não só um refúgio num momento positivo gerado por um governo hábil em unir o crescimento econômico com avanços sociais, há tempos demandados.
 
O que preocupa desde já é se um governo que surge com uma coalizão montada vai correr o risco de propor uma reforma política que vá mexer com esse arranjo! Como é que este governo, com tudo arranjado, vá mexer na questão federativa?! A democracia é algo que dá trabalho, não é coisa para poucos, mas é certo que são em momentos em que existe pouca dinâmica democrática que se fez grandes obras neste país.   Foi com Getúlio e com os militares que montamos grandes instituições(?!) neste país. Exatamente por sermos uma federação capenga é que precisamos contar com ditadores iluminados. Espasmos ? Talvez sorte. Vai ser na democracia que teremos, tudo indica, um momento único para seguir adiante.
 
O Nordeste teve um grande momento na época de Getúlio e alguma coisa na época dos militares. Com estes últimos, nem tanto! Esta década será decisiva para o semi-árido nordestino e a zona da mata. Temos necessidade de equilibrarmos a onda de crescimento com grandes obras à beira desta área e o empreendimento do Porto Sul, na região próxima onde o Brasil nasceu. É sabido, e basta ver o que se faz na China, que as esquerdas dos poucos desenvolvidos têm muitas dificuldades de saber lidar com o desenvolvimento sustentável. Dizem que os ricos chegaram onde chegaram depredando e que não chegaremos lá sem fazer o mesmo. Eles não falam publicamente, mas internamente se sabe disso. O Nordeste, certamente, será quem mais sofrerá e ganhará com o melhor deste super governo que deveremos ter a partir de primeiro de janeiro de 2011.
 
Eis o mistério da fé.
 
Por Genésio Araújo Junior