Chegou de ser rebarba!

 

Pelo que se vê, tudo indica que dos 9 estados do Nordeste, sete deverão terminar a fatura no primeiro turno. Ficariam de fora Alagoas e Piauí. Talvez possamos ter algumas “novidades”, no Maranhão, nos próprios Piauí e Alagoas. À nível de país, tudo indica que as dificuldades dos oposicionistas se acentuam mais ainda. A candidata de Lula, a ex-ministra Dilma Rousseff, tende a levar a vitória logo no primeiro turno. O programa da candidata oficial além de bem feito errou menos que de Serra e Marina, inclusive no conteúdo. Esta história de um José Serra com cara de Zé não pega. Marina parece não dar conta nem de si.  Bem, se os aloprados de Lula não entrarem em campo tudo indica que teremos mais um governo do PT, agora dividido com o PMDB. O maior partido do Brasil que tem força para formar uma parceria orgânica na política brasileira como há tempos não se via.

 

Devemos ter respeito à vontade popular e a opinião pública, no entanto há muitas razões para crermos que dificilmente este estado de coisas se alterará.   A sociedade brasileira é conservadora e dá sinais de que não deseja mudanças apesar de existirem razões de sobra para crer que seja quem vencesse o pleito nacional de outubro não teria como mudar muita coisa. A pergunta que já se começa a fazer é o que teremos pela frente.

 

A eleição da senhora Dilma Rousseff será dada há poucas pessoas e muitas razões. Certamente, a própria Dilma será posicionada como a última das pessoas e das razões. Ela é vista, goste-se ou não, pelo menos até agora, como aquela que não deve fazer nada a não ser estragar a festa de Lula. Depois de eleita serão outros quinhentos. Lula já deu sinais de que vai dar seus pitacos! 

 

Nós do Nordeste temos razões de sobra para crer que vamos ser vistos como os grandes fiadores desse arranjo político que deve levar Dilma à Presidência. 

 

O PMDB e o PSB, os dois grandes partidos da base de apoio a Lula, serão os dois maiores no governo Dilma, certamente, especialmente o primeiro. O PSB será o grande partido emergente neste arranjo. Já existe gente dizendo, e não só em Pernambuco, que Eduardo Campos é a cara do futuro da política majoritária brasileira. Sarney, goste-se ou não dele, foi fundamental na argamassa que permitiu Michel Temer unir(!) o PMDB em torno de Dilma. O recuo de Ciro Gomes deverá ser devidamente recompensado. É justo não é iníquo, certamente.   Evidentemente, Dilma Rousseff que é de Minas e nasceu para a grande política a partir de do Rio Grande do Sul deverá dirigir suas energias para esses dois estados, que na prática são duas regiões. Será uma incógnita, com tudo na figura de Dilma, mas uma coisa é certa. As lideranças nordestinas têm de que se convencer que o momento histórico permite que se comesse a pensar que passou a época da Lei do Murici( cada um por si). Chegou a hora da integração regional e nacional. Chegou a hora de sairmos da conta da rebarba, Seu!

 

Eis o mistério da fé.

 

Por Genésio Araújo Junior

jornalista