31 de julho de 2025

O fator Ciro Gomes para Dilma Rousseff e os efeitos colaterais

A coluna de Genésio Junior é publicada todos os domingos

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( Brasília-DF) Esta semana aqui na Capital Federal tivemos dois eventos importantes: a entrevista do Presidente do TSE, Ricardo Lewandowsky, ao afirmar que a decisão do TRE/MA era um caso isolado sobre o Ficha Lima e o encontro de Ciro Gomes com a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

 
Como cabeça de juiz ainda é coisa para Delfos, mesmo em idos de poder pelo poder, vamos ao que temos.
 
A ex-ministra disse após o almoço com Ciro Gomes que sua passagem por Natal, quando esteve no mesmo palanque com os candidatos da base, o governador Iberê Ferreira(PSB) e o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, seria a tônica em suas andanças nos estados. Ou seja: não vai recusar apoios. Muita gente especulava que no Ceará, para não afrontar Ciro Gomes, “o alijado”, ela iria se portar diferente. Ciro Gomes, antes, ao sair do encontro disse que não teria nem tratado da possibilidade de exigir que a ex-ministra só desse atenção a seu irão, Cid Gomes, e deixasse de lado o que lhe apóia, Lúcio Alcântara(PR).
 
Apuramos que ela deverá ir mais de uma vez ao Ceará e o fará com exclusividade em dois locais com os Ferreira Gomes. Ela não deverá deixar de aparecer com Lúcio Alcântara, não deverá haver ato comum, como no Rio Grande do Norte. É bom lembrar aos incautos que, lá na terra potiguar, o lançamento de duas candidaturas governamentais não significa um racha, mas uma forma de tentar garantir um segundo turno, pois a senadora Rosalba Ciarlini(DEM) poderá vencer no primeiro turno. 
 
A tranqüilidade como Ciro Gomes tratou a ida da sua ex-colega de Ministério de Lula ao Ceará é porque já está acertado outra coisa. Ciro Gomes sabe que Dilma Rousseff tem pouca ou nenhuma importância no Ceará sem Lula. Ela poderá ir nos palanques que desejar porém Lula tem que ir, e irá, para o palanque de Cid Gomes. O fará com toda pompa e circunstância. É isto que importa para Ciro Gomes e os irmãos. Esta situação deverá servir de jurisprudência política nesta eleição. 
 
Dilma foi informada, e aprendeu nos anos que esteve à frente de um super ministério, que unir diferenças fazia um caldo mais grosso e consistente, que o que enche rio é água suja e não recusará apoios.   Lula só deverá entrar em campo nas eleições ao final, no mês de setembro - o fará na proporção das necessidades.    
 
Já está certo que esta postura ficará evidente nos primeiros programas eleitorais, para que Dilma Rousseff mostre ao eleitorado e a população que ela tem o que dizer e não é uma marionete de Lula e do PT. Ela se mostrará maior do que é. Resta saber como a população vai lidar.
 
 Eis o mistério da fé.
 
Por Genésio Araújo Junior, jornalista