31 de julho de 2025

Tanto ineditismo assusta, Seu!

A coluna de Genésio Junior é editada todos os domingos neste espaço

Publicado em

 

( Brasília-DF, 11/07/2010) A campanha presidencial já está nas ruas. A candidata oficial está dando preferência às cidades de importantes estados do chamado centro-sul do país onde os candidatos não estão divididos em torno do apoio que lhe concede.
A candidata do Partido Verde tem ido onde pode, também dando ênfase nos chamados grandes estados abaixo do paralelo 20º. O candidato das Oposições está focado nos estados onde é mais forte e onde as principais pendências acabaram de ser resolvidas.
O candidato tucano está reclamando que a candidata oficial não vem querendo saber de debates. A imprensa reclamou dos erros nesta reta final de registros quando foi encaminhado um programa da candidata tido como “radical” e que foi considerado rubricado e não lido. O emparelhamento dos candidatos, segundo os institutos de pesquisa, permite se arriscar na avaliação de que toda vantagem midiática dos candidatos deve ser apurada, justo neste momento que as pessoas voltam a dar conta daquilo que é cotidiano. Enquanto não chega o 17 de agosto e a propaganda na tevê, os articuladores de campanha acreditam que os melindres serão sentidos. Duvido. A bola está mesmo é com a Justiça Eleitoral. 
Até o fim deste mês e início do outro, quando os registros deverão ser definidos ora por conta da regra ora por conta da necessidade do TSE voltar a se posicionar sobre a “nova verticalização” muita coisa pode mudar. Os apoiamentos e seus exércitos poderão ser desfalcados ou complementados. Não dá para saber como será esta guerra sem a definição das fileiras. Parece uma estultice político-eleitoral insistir nesta questão ,quando a história política brasileira após a redemocratização, plena e efetiva, com a primeira eleição presidencial de 1.989 revela que nem sempre os grandes exércitos  venceram as batalhas e as guerras finais. 
Estamos vivendo um momento inédito na política brasileira. É a primeira vez que Lula não vai disputar eleição nesses anos todos. É a primeira vez que temos na oposição um candidato tido como preparadíssimo, mas dessa vez sem padrinhos. É a primeira vez que temos duas mulheres, e uma com amplas condições de ser eleita, postulando à Presidência. É a primeira vez que o preferido do presidente da República disputa uma eleição sem nenhuma experiência eleitoral. É a primeira vez que este preferido, no caso preferida, é fruto de um governo super popular num momento econômico sem semelhanças para o Brasil. São muitas as variáveis do ineditismo e com isso devemos nos socorrer do óbvio: os exércitos. A Justiça Eleitoral deveria servir tão somente para dar lisura ao processo e igualdade constitucional aos disputantes, porém veremos que ela terá outro papel.   Para ficar na mesma toada, sem virar pastiche, devemos ressaltar que será a primeira vez que a Justiça Eleitoral terá que lidar com a limitação dos “ficha suja”.
O papel da Justiça Eleitoral terá a mesma importância da península de Atos para Xerxes na guerra das Termópilas
É muita primeira vez para nosso gosto, não!?
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Junior, jornalista