Seria a vingança do Nordeste?!
A coluna de Genésio Junior é editada todos os domingos neste espaço
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( Brasília-DF, 27/06/2010) A semana política, apesar de muita gente não estar nem aí, foi interessante pelo inusitado das confirmações.
A maioria das análises apontava que este mês de junho seria marcado pelo avanço de José Serra, o candidato tucano, nas pesquisas de opinião. O mês está se acabando e a candidata Dilma Rousseff está cinco pontos à frente do tucano na última pesquisa CNi-Ibope. Os simpatizantes da petista quando terminou maio, não gostaram de ver a petista empatada com o tucano, noutras pesquisas, com receio do final de junho. Os partidos que dão sustentação a Serra teriam muito tempo de tevê em meio à Copa do Mundo. Não foi isso o que se viu.
A pré-campanha de Serra não está nada bem, especialmente face as dificuldades para definir um vice que lhe agrade e ao Democratas, seu mais tradicional aliado, desde os idos de Fernando Henrique Cardoso.
Bem, com tantos pontos favoráveis no momento em que o povão, repito, ainda não está nem aí, podemos arriscar dizer que a campanha efetiva começará em julho-agosto com gosto de vantagem considerável para a candidata oficial. Ora, ora, para quem nunca foi candidata a inspetora de quarteirão, a senhora Dilma Rousseff está psicologicamente bem à frente do veterano de urnas José Serra. Licença: aos simpatizantes da senadora Marina Silva me perdoe a aparente desatenção, mas a polarização é evidente.
Com este quadro não podemos dizer que a candidata oficial já levou essa e que a história já está feita, mas é possível fazer outras avaliações.
Vamos fazer as inserções nordestinas deste estado de coisas.
1º A vitória da Dilma Rousseff vai ser a perpetuação do novo com o velho - face ao apoio e os exageros da cúpula petista para manter José Sarney intocável frente ao futuro?
2º A vitória de Dilma Rousseff vai ser a vingança do Nordeste como referência do novo que carregou o Brasil?
Exageros à parte, mas essas avaliações são pertinentes. A senhora Dilma Rousseff apesar dos apoios conservadores representa o novo, pois é uma mulher e nunca foi candidata a nada! Gostem ou não. A mais daninha das oligarquias nordestinas, para os estudiosos da ciência política, vem do Maranhão – é aquela oligarquia típica, as que estudamos nos livros de história de segundo grau(?!) ou de terceiro grau. Como explicar isso à história?! Há quem diga que as oligarquias nacionais morrem com seus mentores. Sem mal agouro, mas Sarney tem 80 anos. O Nordeste é acusado de ser o financiador eleitoral da candidata oficial com sua pobreza atendida pelos programas oficiais. Bem, se o Brasil chancela este padrão o que fica seria o apoio aos pobres ou a chegada da nova classe média surgida fortemente abaixo do paralelo 20º ?
O Nordeste terá novo papel nesse momento novo. Com Dilma ou sem Dilma!
Eis o mistério da fé
Por Genésio Araújo Junior, jornalista
