Para ganhar é necessário querer
A coluna de Genésio Junior é publicada todos os domingos
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( Brasília-DF,13/06/2010) A fase da pré-campanha está se acabando.
Neste último fim de semana os principais grupos de partidos definiram seus nomes – é verdade que só no final do mês, quando a lei determina que se tenha por fim definido todos os nomes, é que as candidaturas existirão, efetivamente e legalmente. É com base nisso que o PSDB terá algum tempo para definir seu nome a vice na chapa de Serra.
Serra criticou o Governo Lula em seu lançamento, lá em Salvador. Dilma Rousseff falou de Brizola, na convenção do PDT, em São Paulo, e de Ulysses e Tancredo no evento, aqui em Brasília onde o PMDB, apresentou e confirmou o nome de Michel Temer(SP) para a vaga de Vice Presidente.
O que vemos neste momento é o pragmatismo dos petistas e a improvisação dos tucanos.
O que o PT nacional fez com o PT do Maranhão é a prova inconteste deste pragmatismo.
Quem conhece a política maranhense sabe muito bem que a situação é um despautério, apesar de um político cearense que opera por lá, o petista Washington Luiz, ser conhecido como um petista sarneizista. O PT maranhense, historicamente, em raros momentos esteve longe do tradicional PDT de Jackson Lago. O PT já ficou junto com o PSDB contra a “oligarquia sarneizista”. Se vocês acham muito acima do tom as censuras de Luizianne Lins contra os tucanos de Tasso Jereissati, no Ceará, não imaginam como isto é pinto frente ao verdadeiro asco que o PT maranhense tem contra os Sarney. É mais que Política e psiquê. Pois bem, o pessoal de Brasília não quis nem saber e passou por cima. O PT local vai ter que apoiar Roseana Sarney(PMDB) em seu projeto de reeleição. No evento do PMDB de ontem, Dilma Rousseff ficou ao lado de Sarney e o citou com alguma honorabilidade ao juntá-lo a Ulysses e Trancredo. Não dá para colocá-los todos juntos, mas ela o fez.
Enquanto isso, Serra não aceita que lhe aventem o nome da senadora Kátia Abreu(DEM-TO), uma mulher pragmática que apesar de ser direitona, conservadora, não tem nem um milionésimo da lama que atinge Sarney. Ela tem a seu favor a possibilidade de mobilizar a questão feminina, de mulher firme, na imagem da favorita de Lula, e poderia dizer certas coisas sobre a candidata petista que não seria de bom tom saindo da boca de Serra.
Não veja nesses movimentos que Dilma estaria se dirigindo ao conservadorismo e Serra recuando dos aliados mais de centro em busca do equilíbrio. Isto é o que lhe parece. Numa eleição marcada pela onisciência de um Presidente super popular o que vem firme à mente é o pragmatismo. A vontade de ganhar, de levar.
Isto conta muito numa eleição – para ganhar é necessário querer.
Por Genésio Araújo Junior