Sobre invejas e continuidade
A coluna de Genésio Junior é publicada todos os domingos
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( Brasília-DF,06/06/2010) A semana começa sob duas avaliações que, particularmente, acredito que merece a atenção do(a) leitor(a) mais atento(a) as eleições presidenciais.
Tive a confirmação de que o presidente nacional do PPS, Roberto Freire,pretende questionar no Tribunal Superior Eleitoral, TSE, se o Presidente Lula, na condição de Chefe Estado, não podendo mais ser candidato à reeleição - tem a prerrogativa de entrar no processo eleitoral da forma que já demonstrou, com seguidas multas por propaganda antecipada, ou como já prometeu que fará, após a confirmação das candidaturas por todo este mês de junho.
O ponto alto de seu argumento é que a ação presidencial desequilibra princípios básicos da democracia, como a igualdade entre pretendentes e por atentar contra o princípio da alternância do poder.
Outro ponto que acho pertinente, agora com as candidaturas quase todas prontas, nos estados, se deve ao fato de muitos apoiadores de Lula alegarem que vale à pena eleger Dilma Rousseff, pois ela daria continuidade a algo que vem dando certo, porém os apoiadores de José Serra desejam que seus candidatos nos Estado devem permanecer pois eles estão conduzindo bem. Isto acontece em muitos locais do Brasil. A contradição se dá quando vemos apoiadores da querida de Lula pedirem para mudar nos Estados, pois vale à pena mudar, mesmo com as coisas andando bem. O mesmo se dá entre os apoiadores de Serra que desejam a mudanças à nível nacional e continuidade em seus recantos de sucesso e comando.
Todos sabem que Roberto Freire é um dos ex-comunistas( ou seriam ex-socialistas) que foram secados em seus patrimônios eleitorais pelo PT. Brizola teve esse problema também. O PSB de Arraes só sobreviveu, pois tinha o feudo nordestino e não tinha grandes grupos econômicos contra si, como teve Brizola. Essa turma não perdoa o PT que soube se financiar com o sindicalismo paulista e público, no Nordeste.
Não se sabe se Freire terá sucesso, mas se isso acontecesse algo mudaria nesta eleição, porém acredito que dificilmente a Justiça trave Lula. Não que ele vá atropelá-la, mas porque a Justiça sabe que a disjunção( os dois lados da moeda no Direito) é quem melhor recomenda nesta área. Na prática, é se perguntássemos: E se Lula estivesse mal da pernas, no chão, seria melhor que ele saísse do partido de sua candidata para que ela não tivesse que se explicar junto ao eleitorado e assim o fizesse com amparo legal?! Bem, quando fazemos o caminha inverso vemos como não existe razoabilidade nas argumentações do ex-esquerdista, preocupado com a aparente sangria de seu candidato, Serra, nas últimas pesquisas.
As contradições entre os argumentos pró-continuidade e pró-mudança dão mais combustível a importância das eleições regionais e colocam por terra a máxima de que tudo se resolve no Brasil.
Bem, é o que temos, por hoje.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Junior