31 de julho de 2025

Esqueceu as desculpas

A Coluna de Rangel Cavalcante é publicada aqui e nos "Florida Review" e "Diário do N

Publicado em
( Brasília-DF) Cristina Kirchner, a presidente da Argentina, passou o Sete de Setembro aqui. Fez a feira. Entre outras prebendas, até aceitamos receber o dinheiro dela, o desvalorizado peso, ao invés do dólar no comércio entre os dois países. Esqueceu de pedir desculpas, e ninguém lhe cobrou isso, por ter contribuído para o fracasso da última Rodada de Doha, quando o Brasil quase consegue obter dos países ricos o abrandamento da política de subsídios agrícolas e tarifas alfandegárias sobre as exportações oriundas dos paises em desenvolvimento. O Brasil tem adotado uma política competente nesse terreno. O atual governo procura livrar-se das amarras do chamado Consenso de Washington, do tudo aos grandes e nada aos pequenos. Nunca o terceiro mundo conseguira pelo menos ser ouvido nessas rodadas de negociações, criadas exatamente para embromar e empurrar com a barriga as aspirações dos menores e garantir a abastança dos grandes. Foi do Brasil a iniciativa de juntar os países em desenvolvimento, possuidores de uma economia de mercado significativa, num bloco de pressão capaz de enfrentar os poderosos do G-7. E conseguiu. Formou-se o G-20, um bloco em condições de barganhar com os ricos. Pois quando a intransigência da nossa diplomacia começava dar certo e os americanos e europeus se dispunham a fazer as primeiras concessões, a Argentina e a Índia jogaram água na fervura e o fracasso foi inevitável. Não admitiram mudar alguma coisa dentro de suas próprias casas, os protecionismos internos, as políticas de grupos. E deu no que deu. O presidente Lula está no caminho certo. Só falta exigir dos parceiros que aprendam a pensar e a agir de forma macro e coletiva. E o recado é mais forte para Argentina, que precisa reduzir o salto dos tamancos e deixar de fazer o jogo dos que dividem o mundo entre ricos e pobres, com os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
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Pena
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Dá mesmo pena ver o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), do alto dos seus 84 anos, balbuciando da tribuna Senado um discurso defendendo a adoção pelo Senado de uma forma de burlar a proibição constitucional do nepotismo. Ele quer salvar o que resta de parentes empregados na Casa, sem concurso.
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De novo
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A Justiça do Trabalho vai tentar mais uma vez, no próximo dia 23, vender em leilão um Boeing 767-200 da Transbrasil, penhorado para garantir pagamento de débitos trabalhistas da empresa falida. Leva o avião, sem as turbinas e os principais equipamentos, quem pagar mais acima do lance mínimo de R$ 100 mil.
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Sereia
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Dois ministros, José Pimentel e Ubiratan Aguiar, o cientista, José Oswaldo Carioca, e a a escritora Ana Miranda, recebem no dia 29 a consagração maior da cearensidade, o troféu “Sereia de Ouro”, do Sistema Verdes Mares de Comunicação, inspirada criação Edson Queiroz. No teatro José de Alencar, sob o comando de dona Yolanda Queiroz.
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Cabide
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Discretamente o governo empurra a criação de um novo cabide com mais 300 cargos em comissão, para a nomeação de companheiros sem concurso, no projeto de reestruturação do IBAMA. E ainda há quem diga que o governo não está gerando empregos.
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Nomeada
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Saiu a nomeação da ministra Maria Stela Pompeu Brasil Frota para comandar a nossa embaixada na Suíça, cumulativamente com a de Liechtenstein.
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Tá certo
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O presidente Lula está certo. É preciso mudar a lei e até a Constituição. O país não pode tolerar greves de médicos, policiais, bombeiros, transportes públicos e outros considerados essenciais. Elas prejudicam, e até matam, a população.
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Munição
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O governo aumenta o arsenal de medalhas e condecorações com que alimenta as vaidades dos amigos. Acaba de criar mais uma comenda, a Medalha do Mérito Previdenciário Eloy Chaves, para homenagear “pessoas físicas e jurídicas merecedoras do reconhecimento público por contribuições relevantes à consolidação dos regimes de previdência social no Brasil”. A primeira saraivada sai ainda neste ano.
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Memória
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Os governadores Cid Gomes e Wellington Dias discutem o fim da disputa de limites do Ceará e Piauí, no chamado contestado que envolve boa parte da Ibiapaba, onde o cidadão não sabe se é cearense ou piauiense, sonega imposto nos dois estados, vota em ambos e apanha das duas polícias. Há 40 anos o então governador Plácido Castelo nomeou uma comissão de historiadores para tratar do fim do contestado. Não deu em nada.
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É justo
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Deputados e senadores querem aumentar os subsídios para R$ 25 mil. Nada mais justo, desde que acabem com os imorais penduricalhos como as verbas de gabinete, gasolina, telefone, passagens etc etc etc.. Um congressista ganhar R$ 8 mil líquidos por mês, como agora, é uma indecência e um estímulo à corrupção.
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Outro
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Mais um injustiçado até depois de morto. No mês em que completaria 90 e 25 anos depois de sua morte, Aníbal Bonavides, tornou-se mais um anistiado pela generosa - para alguns - Comissão de Anistia do ministério da Justiça. Era o comunista que todo mundo admirava e respeitava. Sem direito, como o Dorian, nem a um pedido de desculpas.
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Cadê?
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A Petrobrás anuncia a construção de uma fábrica de fertilizantes no Distrito Federal. Cadê a bancada cearense que não lembra ao pessoal da estatal que o lugar para essa planta é Itataia, no Ceará, onde está uma das maiores jazidas de fosfato do mundo, aliada ao urânio?
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Gastança
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Continua a escalada do endividamento externo. Na semana passada o Senado autorizou sete governadores e prefeitos a tomarem dinheiro emprestado a bancos internacionais, num total de quase US$ 400 milhões. Metem a mão na grana Manaus, São Luís, Porto Alegre, Bagé, Cachoeirinha, Belfort Roxo e o estado do Amazonas.
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Forte
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Esse senador Efraim Moraes é mesmo forte. Por presepada muito menor do que as dele – deram apenas uma bisbilhotada nos painel de votação secreta do Senado - o poderoso Antônio Carlos Magalhães e o hoje governador de Brasília, José Roberto Arruda, tiveram que renunciar aos mandatos de senador para escapar da cassação.
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Rangel Cavalcante


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