Ceará.
Deputado recordista de falações escreve sobre novo mandato; Deputado cumprirá seu 10 mandato.
“As expectativas do Novo Mandato.
Ao ser diplomado para cumprir outro mandato, o Presidente Lula anunciou algumas premissas básicas de sua atuação, ante o seleto plenário do TSE, presidido pelo Ministro Marco Aurélio Mello. Esforçando-se para conter as lágrimas, destacou que não deverá, como anteriormente o fizera, comparar-se aos seus antecessores, mas, ao contrário, a si próprio. Encontra-se diante de um novo período de Governo, na seqüência da investidura inicial, marcada por imensas dificuldades. Nem os escândalos que atingiram colaboradores influentes foram bastante para macular sua imagem, tendo-se em mente a esmagadora maioria no segundo turno, quando 58 milhões de votos aureolaram-lhe a incontestável vitória.
A ênfase emprestada ao crescimento econômico foi a tônica de seu raciocínio, extravasado com o objetivo de sinalizar para algo mais tranqüilizador, ou seja, um PIB capaz de situar-se no patamar próximo dos 4,5%. Admitir-se a persistência de apenas 2,3% seria algo desastroso, capaz de tolher projetos capazes de estimular a expansão de atividades produtivas, sem o que estaremos distantes do anunciado bem-estar social. Por isso, há quem arrisque o palpite segundo o qual a taxa de juros experimentará decessos menos irrisórios, como reclamam as lideranças empresariais, a começar pela CNI e pelas câmaras lojistas de todo o País.
O Ministro Guido Mantega, desde sua posse na Pasta da Fazenda, reputava os juros de “selvagens”, quando mencionou a necessidade de torná-los civilizados, guardando compatibilidade com a conjuntura que estávamos vivenciando. Embora o Presidente do Banco Central permaneça silente em relação a essa polêmica temática, é provável que conduza o COPOM a uma maior flexibilidade, retrocedendo, nos próximos 90 dias, a Selic para um piso de 12%.
O Primeiro Mandatário contará, a seu favor, com um orçamento elaborado realisticamente, embora sem haver consignado dotação mais ponderável para um salário mínimo humano, próximo aos 400 reais, como aspiram as Centrais Sindicais Brasileiras. É certo que, bem experiente e com o tirocínio alicerçado nas lições deste quadriênio, Lula possui meios favoráveis para conduzir a máquina oficial, distante dos descaminhos que suscitam indignação das lideranças do País. As lágrimas que rolaram em sua face traduziram as esperanças que se acresceram, frente aos inúmeros desafios, erigidos pelo eleitorado, no confronto de 29 de outubro.
A tarefa é penosa. Impõe ao titular do elevado posto sensibilidade e visão para equacionar questões de real magnitude. Ele já se mostrou um combatente de longo curso, laureado, agora, na universidade da vida administrativa.
Mesmo quando desencontros ocorrerem no âmbito dos dois outros Poderes, as suas declarações são de um homem equilibrado, desejoso de que os empecilhos sejam superados, sem fissuras no arcabouço democrático.
A pendência entre Judiciário e Legislativo, embora gerando inquietação em determinados segmentos, fê-lo transformasse em autêntico “bombeiro”, empenhado em apagar o fogo da irritação emergente.
Isso demonstra, cabalmente, experiência bem maior para conviver com uma realidade, ora cristalizada no traquejo adquirido em quatro anos de atuação no mais alto cargo do País.
Aos poucos, Lula da Silva habilita-se para armazenar conhecimentos que lhe darão melhor “status” para servir à comunidade que o elegeu na recente competição. A cada obstáculo ultrapassado, mais se arraigará o sentimento de que o atual governante redimensionou a sua interpretação em torno dos problemas do Brasil, cujo exame será tarefa árdua, a exigir competência para a adoção de soluções adequadas.
Do seu Ministério dependerá, também, constante cooperação, sem o que os embargos serão ampliados, tornando menos ágil a exeqüibilidade de políticas públicas, integrantes de seu Programa de Ação.
O povo confiou em Lula da Silva e a ele caberá o deslinde das pendências com as quais se defrontará a respectiva gestão.”
( da redação com informações de assessoria)