Nordeste e o Congresso
Congresso vai aumentar salário dos parlamentares para R$ 24,5 mil; Apenas bancadas do Psol e do PT se opuseram a aumento.
(Brasília-DF, 14/12/2006) Os presidentes da Câmara e do Senado, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL) a unciaram a pouco a decisão de equiparar o salário dos parlamentares ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal. A decisão incide num aumento de 90 % no salários dos parlamentares, que recebem R$12.874,00 e vão passar a ganhar R$ 24.500,00 na próxima legislatura.
“Isso é um abuso. Não podemos equipar o salários de 11 ministros ao de 513 parlamentares. Essa decisão só vai aumentar fosso entre sociedade e o parlamento”, declarou Chico Alencar (Psol-RJ). “É uma vergonha, uma decisão imoral e insustentável juridicamente. É uma esbofetada no trabalhador que terá uma migalha de aumento no salário mínimo, criticou a senadora Heloísa Helena (Psol-AL).
A bancada do Psol na Câmara e no Senado e a bancada do PT na Câmara foram os únicos que se opuseram ao aumento. “O PT defendeu o reajuste equivalente a taxa de inflação dos últimos quatro anos, que corresponde a 28 %. Dentro do Brasil real o aumento de 90 % não é razoável”, analisou o líder do PT, Henrique Fontana. (PT-RS).
“É uma decisão das duas casas, uma decisão coletiva. Uma decisão definitiva, duradoura, para não sofrermos mais com desgaste”, disse o presidente do Senado Renan Calheiros. Com a previsão de aumento equivalente ao teto do judiciário o Congresso espera não sofrer mais pressão no futuro com outros aumentos, visto que a decisão será tomada pelo Supremo.
O aumento vai implicar numa despesa de R$ 157 milhões para Câmara. “Esse subsidio exige corte para ficar dentro do orçamento. Não haverá aumento de despesa. Vamos fazer cortes em várias rubricas, como as despesas com a reforma nos apartamentos, corte de despesa de construção do Anexo V, e cortes no custeio”, afirmou o presidente Aldo Rebelo. “Do ponto de vista do Senado já cortamos gastos de convocação extraordinária em R$ 41 milhões. Este ano o corte no custeio será de R$ 50 milhões. A elevação do teto implicará em um corte equivalente as despesas”, completou Renan.
(por Liana Gesteira)