31 de julho de 2025

Piauí.

Projeto de biodiesel integra produtores e indústria.

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(Brasília-DF, 17/10/2006)    A interação entre agricultores familiares do Piauí que cultivam mamona e a empresa Brasil Ecodiesel, que mantém planta industrial para produção de biodiesel na cidade de Floriano (PI), foi o tema do painel ‘Cultura da Mamona no Piauí’, realizado na manhã desta terça-feira ,17, em Brasília, como parte da programação do seminário ‘Agroenergia e Pequenos Negócios’. Promovido pela Unidade de Agronegócios e Territórios Específicos do Sebrae Nacional, o seminário prossegue até o fim da tarde desta terça-feira no hotel Kubitscheck Plaza, na capital federal. As informações são da agência do Sebrae.

No Piauí a integração entre agricultores familiares se deu por meio do projeto ‘Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Agronegócio da Mamona no Semi-árido Piauiense’. O projeto apoiado pelo Sebrae no Piauí trabalha a capacitação empresarial e técnica junto a aproximadamente 2,5 mil agricultores familiares da microrregião de São Raimundo Nonato, que congrega quase 30 municípios, entre eles Floriano, onde está a unidade industrial da Brasil Ecodiesel.

Um dos trabalhos realizados na região foi com foco no associativismo. A partir de consultorias foram criadas novas associações e fortalecidas as que já existiam. Segundo o consultor do projeto pelo Sebrae no Piauí, José Wellington Dias, que participou do painel, hoje existem 18 associações na região, que produzem mamona em cerca de 10 mil hectares e comercializam para a Brasil Ecodiesel. “Conseguimos capacitar quase mil agricultores nos últimos dois anos e isso possibilitou uma expansão da área plantada”, diz José Wellington.

Para o presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Mamona de São Raimundo Nonato, João Aparecido de Sousa, que também participou do painel na manhã desta terça-feira, o trabalho de fortalecimento do associativismo fortaleceu a agricultura familiar na região. Segundo ele, os produtores entenderam que, unidos, têm maior poder de negociação, tanto com a Brasil Ecodiesel quanto com outras instituições governamentais e privadas.

“Conseguimos obter dois centavos a mais no preço pago pelo quilo da mamona, que hoje vendemos por R$ 0,66 o quilo, e também conseguimos que a Brasil Ecodiesel recolha a mamona nas comunidades que produzem acima de quatro mil quilos”, afirmou João Aparecido. “Tudo isso fez com que hoje os produtores estejam com uma boa auto-estima e não dependam mais da boa vontade de alguns segmentos. Isso mostra que as coisas estão no caminho certo, porque tem impacto social”, acrescentou.

Para Arlindo Pereira, diretor Institucional da Brasil Ecodiesel, que também participou do painel, a capacitação técnica dos produtores envolvidos no projeto capitaneado pelo Sebrae foi fundamental para garantir a produtividade e a qualidade da oleaginosa. “A questão do fornecimento e da qualidade da matéria-prima é fundamental para um projeto desse porte”, assinalou.

Hoje, a Brasil Ecodiesel mantém plantas industriais em operação em Floriano (PI) e em Crateús (CE). Além de comprar dos agricultores familiares envolvidos no projeto do Sebrae, a planta de Floriano absorve a produção da cidade de Canto do Buriti (PI), onde toda a assistência técnica é dada pela própria empresa. A Brasil Ecodiesel também está investindo em unidades de produção no Maranhão e na Bahia.

 

 

( da redação com informações da Agência Sebrae)