Bahia.
A disputa na política eleitoral baiana se acirra, apesar das pesquisas apontarem que a eleições estaria definida; O governador da Bahia nunca solicitou audiência ao Presidente Lula
( Brasília-DF, 30/08/2006) A disputa político-eleitoral na Bahia parece não acompanhar as pesquisas divulgadas. Todas as investigações que chegaram ao conhecimento público apontam para uma vitória fácil do governador Paulo Souto(PFL), do chamado grupo carlista, porém nas duas últimas semanas o nível da disputa aumentou.
O PFL, e a Coligação da qual faz parte, vem tentando tirar imagens de Lula do programa do candidato do PT ou até de seus candidatos proporcionais. A disputa vem inundando o TSE de demandas – a Bahia é o Estado do Nordeste que vem apresentando mais ações para os senhores ministros do TSE solucionarem. O candidato do PT vem tentando reagir e se comporta como se estivesse “colado” no pefelista. Hoje, foi dia do PT voltar a se posicionar e reagir.
"O atual governador nunca pediu uma audiência ao presidente Lula para tratar dos interesses da Bahia, ou porque não quis ou porque o seu chefe não deixou", disse hoje o candidato a governador pela coligação "A Bahia de Todos Nós" Jaques Wagner, durante palestra no IV Seminário Estadual do Sintagri – Uma EBDA voltada à agricultura familiar", promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Extensão Rural e do Setor Público Agrícola do Brasil.
Wagner afirmou que na Bahia atua um grupo político "que pisa embaixo e bajula em cima. O presidente Lula não aceita bajulação, ele conversa com todos os governadores, mas o PFL da Bahia ataca o presidente. Trabalhamos para além das eleições e sentamos nas mesas para os debates", disse. O candidato a governador garantiu que a Bahia é o estado que mais capta recursos dos programas sociais do governo federal, e que aqui foram investidos cerca de R$ 770 milhões em ferrovias e hidrovias e que o estado recebeu duas novas universidades (a do Recôncavo e a do Vale do Rio São Francisco") "Vamos trazer muito mais. Por que durante cinqüenta anos trouxeram apenas uma universidade para a Bahia?", perguntou Wagner.
Falando para um auditório lotado, formado por engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e funcionários administrativos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrário (EBDA), Wagner assumiu o compromisso de ampliar os recursos do estado para os setores agrícola e agrário da Bahia e estender a todos os agricultores os serviços de crédito e assistência técnica. O ex-ministro de Lula lembrou que foram dados "passos importantes para a cidadania brasileira, pois enfrentamos a chaga do país, as injustas desigualdades sociais e regionais, sobretudo na Bahia", afirmou, destacando os programas de transferência de renda e os de acesso à saúde, educação, trabalho, crédito e suporte à agricultura familiar".
Refletindo sobre os caminhos da ação política, Wagner disse que "mais do que de números, a política se faz com simbologias". Para ele, o governo Lula encarna alguns símbolos importantes. Um deles é a convicção de que "governo não governa sozinho, mas em diálogo com a sociedade". Wagner anunciou a criação, no futuro governo da Bahia, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que considerou um "espaço de diálogo entre estado e sociedade civil, exercício para a busca de pontos de convergência na diversidade, que é o princípio da democracia", comentou.
Wagner defendeu também uma reforma profunda nos costumes políticos do país. Lembrou que nenhum governo jamais se ocupou em criar os controles sociais sobre o uso dos recursos públicos e que no Governo Lula a Polícia Federal fez 280 operações de combate a grupos de corruptos em todos os setores da sociedade. "O presidente Lula não vê cor partidária nem sobrenome quando apóia o trabalho da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União, o presidente faz uma política republicana", afirmou. O debate sobre a ética na política, segundo Wagner, deve passar pelo controle do gestor público, que se dará "quando construirmos uma instituição com um sistema de controle transparente, sólido e eficiente. Na Bahia, sequer os deputados estaduais têm acesso à execução do orçamento", protestou o candidato.
As propostas do seu programa de governo foram anunciadas pelo candidato, com destaque para o "Água para Todos", lançado semana passada em Pintadas, cidade governada há nove anos pelo PT, no semi-árido baiano, e que tem 100% de abastecimento de água na sede e na zona rural. Além disso, Wagner anunciou que uma das primeiras medidas do seu governo é a instalação de uma "mesa permanente de negociações com o funcionalismo público, para avaliar questões macro políticas, além de programas de requalificação profissional e definição dos planos de cargos e salários, que estabelecerá a progressão na carreira". Defendeu, por fim, um programa de agricultura familiar vinculado ao Pronaf, do governo federal, e informou que passou de R$ 2,5 bi a R$ 10 bi os investimentos no setor. "Acesso à terra, ao crédito, à água, extensão rural e comercialização são os objetivos do nosso programa", afirmou, acrescentando que a ação do governo do estado deve estar voltada, sobretudo, "para os que mais precisam".
O candidato a governador rebateu as críticas de que não é baiano. "A gente escolhe onde vai morar e não onde vai nascer. Escolhi a Bahia porque gosto e fico indignado quando vejo que na terra de Castro Alves e Glauber Rocha, em pleno século XXI, a disputa eleitoral ocorre entre o neto e o filho do chefe e do sub-chefe. É uma tristeza, gente que nunca bateu prego em barra de sabão, agora quer gerir o destino dos baianos. Dinastia não se combina com a República", atacou. Wagner, defendendo a realização de uma "cruzada pela cidadania" e afirmando que não faz política com rancor e ódio, mas com "indignação contra as injustiças".
( da redação com informações de assessoria)