Nordeste e o Agronegócio.
Ano passado a Bahia produziu mais soja que São Paulo; Problemas climáticos fazem safra de grãos cair 5,2 por cento, em 2005, apesar do aumento da área plantada.
( Brasília-DF, 30/06/2006) Pelo segundo ano consecutivo, condições climáticas desfavoráveis – especificamente a falta de chuvas - foram fundamentais para a queda na produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas, a qual, no ano de 2005, foi de 112,697 milhões de toneladas, 5,2% menor que a de 2004 e 8,8% menor que a de 2003, ano da maior safra nacional (124,285 milhões de toneladas). A redução foi puxada principalmente pelo milho (-6,6 milhões de toneladas ou –15,9%) e pelo trigo (-1,1 milhão de toneladas ou –19,9%). Nesta primeira matéria destacamos que a produção de soja na Bahia ficou em sexto lugar, na frente de São Paulo. O Maranhão foi oitavo produtor nacional.
Embora o total da área plantada tenha aumentado em aproximadamente 736 mil hectares (sem considerar o girassol e triticale), reflexo principalmente da expansão da soja (8,5%), o milho (-4,7%), o trigo (-15,9%) e o feijão (-8,3%), fundamentais na cesta básica dos brasileiros, tiveram reduções em suas áreas plantadas. Partindo de uma expectativa de produção de 134,906 milhões de toneladas para a safra de 2005, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), em dezembro de 2004, a quebra de safra ao fim do ano passado foi da ordem de 20,852 milhões de toneladas (-15,5%). O valor da produção, de R$ 48,206 bilhões, foi cerca de 24,0% menor que o de 2004, em grande parte pela queda nos preços da soja. Em nível municipal, os maiores produtores dos principais grãos foram os seguintes: Sorriso (MT) para a soja; Lucas do Rio Verde (MT) para o milho; Assis Chateaubriand (PR) para o trigo; Cristalina (GO) para o feijão; Santa Vitória do Palmar (RS) para o arroz; São Desidério (BA) para o algodão herbáceo; Lapão (BA) para a mamona; e Rio Verde (GO) para o sorgo.
Mato Grosso foi o estado que mais contribuiu para a produção nacional (22,4%). É o maior produtor do Brasil em soja, algodão herbáceo e girassol e, além de ter expandido a área plantada com essas culturas, também investiu em produtos novos, como o amendoim, em relação ao qual passou a ocupar a terceira colocação no ranking nacional. A soja ainda é a cultura com maior importância no estado, respondendo por 70,0% da safra e 53,6% do valor da produção.
O Paraná vem em segundo lugar no ranking da produção nacional (19,6%). É o maior produtor de milho, trigo, aveia e triticale e também merece destaque em relação à soja e ao feijão, nos quais ocupa a segunda colocação. A utilização de tecnologias como o uso do plantio direto e rotação de culturas e o clima favorecem o plantio de lavouras de verão e de inverno em uma mesma área.
O Rio Grande do Sul, que possui condições semelhantes às do Paraná, tem sofrido nos últimos dois anos com a falta de chuvas nas suas culturas de verão. Ainda assim, foi o terceiro estado que mais contribuiu para a produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas.
A soja e o milho foram responsáveis por 45% e 31% da produção nacional de cereais leguminosas e oleaginosas
Mato Grosso tem oito dos dez maiores produtores de soja do país
A soja apresentou uma produção de 51.182.050 t, mantendo sua condição de principal lavoura de grãos do país, mas 2005 não foi um ano bom para a sojicultura nacional. A expectativa de produção era de mais de 63 milhões de toneladas, o que não se concretizou principalmente devido à estiagem em Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e, em especial, no Rio Grande do Sul.
Nas lavouras gaúchas, o prejuízo foi significativo. Em janeiro de 2005, era prevista uma safra anual de 8.804.895 t, mas o estado só colheu 2 444 540 t. O rendimento médio de 654 kg/ha foi o menor já então registrado na sojicultura do Rio Grande do Sul, que perdeu posições no ranking nacional, passando da 4ª colocação em 2004 para a 6ª em 2005, suplantado por Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Mato Grosso é o principal produtor de soja (35% do total). Em seguida, aparecem Paraná (19%), Goiás (14%), Mato Grosso do Sul (7%), Minas Gerais (6%), Rio Grande do Sul e Bahia (com 5% cada um), São Paulo (3%), Maranhão (2%) e os demais estados produtores (5%).
O valor da produção de soja em 2005 somou R$ 21,758 bilhões. A tonelada custou, em média, R$ 425,11, o que representou uma queda acentuada em relação a 2004, quando o valor era de R$ 658,48.
É um município do Mato Grosso, Lucas do Rio Verde, que também lidera na produção de milho, que totalizou, no país, 35,134 milhões de toneladas, uma queda de 15,9% em relação a 2004. A área colhida foi de 11.558.556 ha, e o rendimento médio, de 3.039 kg/ha. A região Sul teve a maior participação na produção nacional do milho de 1ª safra. No caso da 2ª safra, a liderança foi do Centro-Oeste.
Entre os estados, o Paraná é o primeiro na produção do cereal (8.572.364 t). Em seguida, vêm Minas Gerais (6.243.873 t, 1); São Paulo (4.093.896 t, 1); Mato Grosso (3.506.229 t, 1); Goiás (2.853.738 t, 1); Santa Catarina (2.695.211 t, 1); Bahia (1.616.464 t, 1); Rio Grande do Sul (1.485.040 t) e Mato Grosso do Sul (1.291.901 t).
Um total de 5.314 municípios brasileiros informa o plantio do milho; é o produto de maior abrangência nacional.
( da redação com informações do IBGE)