31 de julho de 2025

Nordeste e Gênero.

Rendimento das mulheres era, em média, 30 por cento menor do que o dos homens em 2000; Mulheres nordestinas são as que têm renda mais próxima dos homens, no país.

Publicado em

( Brasília-DF, 22/05/2006)   Os indicadores de rendimento revelam desigualdades de sexo e cor no mercado de trabalho. Apesar de mais escolarizadas do que os homens, as mulheres recebiam, em média, cerca de 70% do rendimento dos homens em 2000.

 

 

Uma parcela dessa desigualdade pode ser explicada pela concentração de mulheres no setor de serviços e em ocupações de baixa remuneração e qualificação. Ainda quando se utiliza o indicador rendimento-hora, em que não há diferenciação de jornada de trabalho, a desigualdade permanece. Em 1991, os menores rendimentos das mulheres que trabalhavam concentravam-se no Nordeste. Deflacionados para que pudessem ser comparados aos valores de 2000, observa-se que nas microrregiões da região Nordeste, em 1991, o rendimento mediano das mulheres era menor que um salário mínimo de 2000, que era de R$ 151,00.  Em 2000, a proporção de microrregiões em que o rendimento era menor que o salário mínimo caiu consideravelmente. A faixa de maior rendimento (acima de R$ 288,00) também se reduziu, enquanto as faixas intermediárias (de R$ 144,00 a R$ 201,00 e de R$ 201,00 a R$ 288,00) tiveram aumento significativo, principalmente no Norte e no Nordeste.

 

 

Centro-Oeste, Sudeste e Sul são as regiões que concentram as maiores parcelas de mulheres que recebem menos de 70% dos rendimentos dos homens. No Norte e Nordeste, a igualdade de rendimentos é maior, uma vez que, em relação ao resto do país, os salários são menores nestas áreas tanto para homens quanto para mulheres.

 

 

Na análise por cor verifica-se o mesmo comportamento: a desigualdade de rendimento entre brancos e pretos ou pardos é mais expressiva no Sul, no Sudeste e em parte do Centro-Oeste. Em todas as microrregiões, pretos e pardos ganham menos do que brancos. Essa diferença chega a ser de menos de 60%, mas em 40% das microrregiões, o rendimento de pretos ou pardos corresponde a 50% ou 60% do rendimento dos brancos.

 

 

Quando se cruza os dados referentes à cor e sexo, o quadro é ainda pior para as mulheres pretas ou pardas, alvo de dupla discriminação. Em 2000, as mulheres pretas e pardas recebiam 51% do rendimento médio auferido pelas mulheres de cor branca. A região Sul apresentava a menor proporção (50,6%). A maior desigualdade entre pretas ou pardas e brancas estava concentrada nas áreas urbanas, onde o destaque é o estado do Rio de Janeiro (48,6%).  Já as zonas rurais das regiões Norte e Nordeste, tinham, em 2000, os menores percentuais de desigualdade por cor.

 

( da redação com informações do IBGE)