Bahia.
Deputado volta a escrever sobre aperto fiscal; Deputado Coriolano Sales(PFL-BA) volta a criticar o apoio que o Governo estaria dando ao setor financeiro.
( Brasília-DF, 09/03/2006) O deputado Coriolano Sales(PFL-BA) está decido a expor suas críticas ao que ele chama de aperto fiscal. A Política Real já publicou artigo nesta semana do parlamentar baiano. Hoje publicamos novo artigo em que ele critica uma chamada benevolência financeira. Confira a íntegra do artigo:
Benevolência com o setor financeiro
O lucro dos bancos, anunciado em fevereiro último, bateu todos os recordes da história recente do País. Os dados levantados pelo Banco Central revelam que o lucros na gestão Lula são o triplo do governo anterior, que é lembrado freqüentemente pela benevolência que teve para com os bancos. Ressalte-se ainda que a postura complacente do presidente Luís Inácio Lula da Silva com as instituições financeiras ao longo de seu governo é
completamente contrária aos seus discursos de campanha. Da mesma forma, as promessas do atual presidente com relação à política de microcréditos não foram cumpridas, a despeito do amplo espaço apresentado para implementação de uma estratégia na área.
A alta lucratividade dos bancos, influenciada em grande parte pela remuneração dos títulos emitidos pelo governo federal e pela alta taxa de juros praticada no Brasil, revela um
governo que tirou do povo para ceder aos interesses do capital financeiro. A título de esclarecimento, vale recordar que a taxa real de juros praticada pelos bancos brasileiros, descontada a inflação, é de 44,7 ao ano, o que confere ao Brasil o lugar de líder do ranking mundial dos mais altos juros.
Se somados, o lucro dos bancos estatais é maior que o montante investido pela gestão petista em 2005 (R$ 6,7 bilhões). A lucratividade do Banco do Brasil chegou a R$
4,154 bilhões no ano passado. Já o resultado da Caixa Econômica Federal somou, por sua vez, R$ 2,07 bilhões. Sob a benção petista, o lucro dos bancos chegou, em média, a
2,04% do PIB. A Selic, taxa que remunera cerca de 50% dos títulos públicos, ficou, em média, acima de 19% no ano passado, o que também gera receitas para os bancos.
Outro fator a ser destacado é que, em contraposição ao lucro histórico apresentado pelos bancos na gestão do PT, houve aumento do prejuízo do Banco Popular, que subiu mais de 100% em relação a 2004 e chegou a R$ 62 milhões. O Banco Popular, um dos principais programas do governo na área financeira, foi criado inicialmente para operar microcréditos, a exemplo do que se faz em Bangladesh. No entanto, houve um desvirtuamento da
doutrina importada da Índia. A principal diferença do modelo indiano em relação ao que está sendo praticado no Brasil é que, na Índia, salvo raríssimas exceções, os empréstimos são concedidos para pessoas que tenham negócio estabelecido.
No caso do governo Lula, a maior parte dos recursos acabou sendo utilizada
para empréstimos pessoais à população de baixa renda. Ou seja, se essas pessoas não possuem um negócio estabelecido, é grande a probabilidade de que o empréstimo a elas concedido apenas lhes renda, findo o dinheiro, uma dívida a ser paga.
A falência da política de microcrédito praticada pelo governo Lula não significa,
entretanto, que não haja um espaço para desenvolver um sistema de apoio à população pobre via crédito bancário. A alta lucratividade dos bancos demonstra justamente que existe uma fonte de recursos que não está sendo aproveitada para a população de baixa renda. Resta saber com que
intuito um governo que se diz popular prefere privilegiar as instituições financeiras a atender as urgentes demandas de seu povo.”
( da redação com informações do Informativo do PFL)