31 de julho de 2025

CPMI e Bahia

Conselho de Ética ouve testemunhas do deputado Josias Gomes (PT-BA, 1); Ex- candidato a deputado estadual da Bahia afirmou receber 63 mil reais de Josias como repasse do diretório nacional.

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(Brasília-DF, 18/01/2006) O Conselho de Ética ouviu nesta manhã cinco testemunhas de defesa do deputado Josias Gomes (PT-BA), acusado de receber 100 mil reais do “valerioduto”. Dentre os depoimentos apenas o servidor público Everaldo Farias tinha envolvimento com o dinheiro recebido. As outras testemunhas, segundo declaração do advogado do réu, Márcio Silva, foram convidadas apenas para falar sobre os antecedentes do deputado.

 

 

O servidor público Everaldo Farias declarou que recebeu dinheiro de Josias Gomes, então presidente do diretório estadual do PT, para quitar dívidas de sua campanha em 2002 a deputado estadual na Bahia. Ao final da campanha, ele procurou o deputado no diretório estadual para que ele intercedesse junto ao partido nacional a respeito de ajuda financeira.

 

 

Everaldo Farias disse que em 2003 recebeu cerca de 63 mil reais do deputado, mas que sabia que esse dinheiro era um repasse de recursos do diretório nacional. Entretanto ele admitiu que não fez nenhum recibo do dinheiro, nem declarou o pagamento de suas dívidas a Justiça Eleitoral. “Minha advogada me aconselhou a declarar o pagamento de dívidas de uma só vez, após a quitação total”, explicou Everaldo.

 

 

As outras quatro testemunhas de defesa foram: o dirigente do PT baiano Nelson de Oliveira Simões Filho, o deputado estadual Paulo Rangel de Lima, o advogado Mauro Geosvaldo e o secretário de assuntos institucionais do PT baiano, José Maria de Abreu Dutra. Todos eles negaram ter qualquer conhecimento de enriquecimento ilícito por parte do deputado Josias e alguns declararam saber sobre o repasse de dinheiro para candidatos endividados, mas não tiveram envolvimento.

 

 

O depoimento de Everaldo confirmou as informações fornecidas por Josias Gomes (PT-BA), quando interrogado pelo Conselho de Ética, mas os outros dois políticos beneficiados pelo repasse não se apresentaram para depor. Segundo o advogado, isso se deu devido às dificuldades de deslocamento dos candidatos até Brasília e ao fato de já terem feito declarações anexada aos autos do processo.

 

 

 

(por Liana Gesteira)