31 de julho de 2025

A culpa é nossa

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O presidente Lula não tem que pedir desculpas coisa nenhuma aos brasileiros. Assim como não têm o Zé Dirceu, o Genoíno, o Roberto Jefferson, o José Mentor e todos os demais personagens dessa ópera bufa da roubalheira nacional que tem sido a lambuzada petista com as excelências e o dinheiro que só o poder pode proporcionar. Nós os eleitores é que devemos pedir desculpas ao povo brasileiro. Não é culpa de Lula, e de nenhum dos integrantes da quadrilha de companheiros, que apenas tiraram proveito da ignorância, ingenuidade ou talvez cumplicidade de tantos confiaram neles e, através do voto, os colocaram no governo ou no Congresso. A culpa é nossa. Dos eleitores. Fomos nós que elegemos essas quadrilhas. E o pior, muitas vezes conhecendo a ficha pregressa do candidato. Vejam bem. Nas últimas eleições nada menos de 2.648.799 eleitores ? isso mesmo, quase três milhões, metade da população do Paraguai ? mandaram para a Câmara dos Deputados o 17 principais envolvidos nesse festival de CPIs que formam o espetáculo, entre os quais Zé Dirceu ? este teve mais de meio milhão de votos, Roberto Jefferson e José Mentor. Isso significa que cada um deles representa em média 1,5 milhão de eleitores que, por ingenuidade, burrice foram responsáveis votaram nele. Cassar os mandatos dessa turma é apenas um remendo. Tudo voltará a se repetir se eleitor não se conscientizar de que precisa aprender a votar. E pode começar perguntando a si mesmo se votaria de novo no candidato que sufragou na eleição passada. Depois é ver o que os seus candidatos eleitos fizeram pela sua cidade, pelo seu estado e pelo nosso país. Talvez esse olhar para dentro o ajude a sanear o quadro político nacional. Ainda falta mais de um ano para a eleição. Há tempo para pensar, para escolher bem. O momento é de se exigir a punição desses maus políticos, mas sem esquecer de que, assim como jabuti não sobe em árvore, ninguém se elege sem votos. A maior parcela de culpa é mesmo de quem os mandou para lá. Nós, os eleitores, é que devemos pedir desculpas ao Brasil.

Teria?

O Banco de Minas Greis teria a coragem de cobrar judicialmente os R$ 3 milhões que o PT pediu emprestado, sem garantias reais, e não pagou se o deputado José Dirceu ainda fosse o todo-poderoso chefe da Casa Civil da Presidência da República?

Livros?

O senador Artur Virgílio quer saber quais os títulos e os autores dos 1.900 livros que a Presidência da República comprou para a biblioteca do Palácio do Planalto, por R$ 160 mil. Já o seu colega Heráclito Fortes vai mais longe e pergunta: como a biblioteca não é aberta ao público e o pessoal do governo não lê nem almanaque de Capivarol, para que tanto livro?

Prestígio

Havia quorum para uma sessão do Congresso, além de dois governadores e gente de todo o país, na solenidade de posse do ex-deputado Felipe Mendes na Secretaria-Executiva do ministério das Cidades. Uma demonstração do prestígio do competente piauiense, um expoente do lado ético da política nacional.

Em dobro

Além de agraciado com a ?Sereia de Ouro?, a cobiçada homenagem que o grupo Edson Queiroz presta aos cearenses que se destacam na vida nacional, o ministro Álvaro Ribeiro da Costa recebe neste mês a Grâ Cruz da Ordem do Rio Branco, com a qual foi agraciado pelo presidente da República.

Rapidez

Enquanto um operário, depois de trabalhar duro durante 35 anos, pena meses a fio nas filas do INSS para obter uma aposentadoria de um salário-mínimo, o deputado Severino Cavalcanti, presidente da Câmara, levou exatos 20 dias para conceder a aposentadoria de quase 30 salários mínimos ao ex-deputado Waldemar Costa Neto, que renunciou para não ser cassado por corrupção, depois de apenas 14 anos como parlamentar.

Ao bispo

Não se pode mais ligar de graça para reclamar dos maus serviços das telefônicas. O serviço 0-800 da ANATEL foi suspenso por falta de verba. Cada vez ficamos mais à mercê das empresas vendidas a preço de banana. banana. Mas, embora talvez já não valha a pena, você pode, como faziam os antigos, queixar-se ao bispo. O telefone dele é (061) 3321-4779.

Fome zero

Pelo menos em Brasília o ?Fome Zero? está garantido para os servidores que atuarão como mesários no referendo de 23 de outubro sobre o comércio de armas de armas de fogo. O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal já tomou as providências nesse, adquirindo vale?refeição para todos eles.

Homenagem

Comovente a merecida e justa homenagem prestada pela Câmara dos Deputados à memória do senador José Afonso Sancho, em sessão especial requerida pelo deputado Mauro Benevides, que foi dela o principal orador.

Nu, não

A depender do deputado Severino Cavalcanti, presidente da Câmara, a moralidade nacional está à beira da salvação. É dele um projeto tipificando como crime a exibição de cenas de nus e de sexo em programas de televisão. As penas para os infratores varia de dois a cinco anos de cadeia e mais multa de R$ 180 mil para a emissora e produtores da indecência.

Sem susto

Ninguém se assuste se entrar no gabinete do presidente do Banco do Nordeste e encontrar toda a diretoria em cima da mês, de cabeça para baixo, plantando bananeira. É que, às expensas dos acionistas e do contribuinte, o nosso BNB está contratando professores de Yoga para pessoal da direção geral.

Incompetentes

Fidel Castro desembarcou em cuba com apenas 40 homens e derrubou o regime de Batista. No Brasil, pelo numero dos que pedem indenização à Comissão de Anistia, os nossos subversivos já passam de 50 mil. Deve ter sido por incompetência que, com tanta gente, não conseguiram derrubar a ditadura militar.

Cultura

Quem vai pagar parte da conta com a realização de um audiovisual denominado ?Reflexões de Um Liquidificador? é mesmo o contribuinte que, graças ao oportuno aprovo do ministro Gilberto Gil, cairá com R$ 750 mil para a realização da importante obra cultural, que bem poderia ser financiada pela Arno ou pela Walitta.

Mais barato

Bem que sairia mais barato para o contribuinte se Lula falasse inglês. Assim a Casa Civil não precisaria contratar por R$ 200 mil um intérprete para os seus encontros com dignitários estrangeiros, dispensando os serviços do pessoal diplomático, altamente qualificado e disponível em todas as nossas embaixadas pelo mundo.

As pernas

Aqui em Brasília o ministro Humberto Gomes de Barros, do Superior Tribunal de Justiça, autografou mais um livro. Desta feita envereda pelos caminhos do conto com ?As Pernas da Cobra?, que a crítica de Saulo Ramos resume em uma palavra: ?fascinante!?.

Por Rangel Cavalcante

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