Bahia.
Deputado escreve sobre a questão florestal; Deputado Luiz Carrera(PFL-BA) é um dos parlamentares mais dedicados ao tema.
(Brasília-DF, 13/09/2005) A Política Real divulga sempre que tem acesso artigos de parlamentares nordestinos que tratam de assuntos que interessam a região. Dessa vez tivemos acesso a um artigo do deputado Luiz Carrera(PFL-BA) em que ele trata da questão ambiental. A Bahia vem a ser o Estado do Nordeste que mais recebe recursos públicos para investir em florestas para produção de papel e celulose.
Confira a íntegra da falação:
“A questão florestal
Por mais que reconheçamos que o meio ambiente no mundo
vem sendo cada vez mais agredido e, portanto, precisa ser preservado, não
podemos deixar de verificar que a atividade agrícola florestal constitui importante
mecanismo de desenvolvimento sustentável. O País possui enorme potencial
florestal, o que é propício para o desenvolvimento da atividade, além de ser
importante instrumento gerador de renda e riqueza para a nação.
Atualmente, a indústria brasileira de base florestal é a mais
expressiva da América do Sul. Ela atua em segmentos bastante diversificados,
além de possuir um parque industrial madeireiro moderno e de alta produtividade.
Nesse contexto, a cadeia produtiva do setor
florestal assume inegável importância, não só por ser uma
atividade fortemente geradora de divisas, bem como por permitir
o aproveitamento de terras imprestáveis para outras atividades e
contribuir para o desenvolvimento com padrão espacialmente
desconcentrado.
Os números do setor são impressionantes. Em
2004, a produção brasileira de celulose alcançou 9,5 milhões de
toneladas e, a de papel, 8,2 milhões de toneladas, registrando um crescimento de 4,8% e 3,6%, respectivamente, em relação a 2003. Além disso, com um PIB superior a US$25 bilhões, o complexo produtivo aqui abordado ostenta o
segundo maior saldo da balança comercial do agronegócio, equivalente
a US$5 bilhões, sendo sobrepujado apenas pelo complexo soja, cuja
marca no ano de 2004 foi de cerca de US$9,9 bilhões. Ademais, a
cadeia do setor gera 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos e algo
como US$3,8 bilhões em impostos.
O complexo madeireiro representa, atualmente, 4,1%
do PIB brasileiro. Na Bahia, já significa mais de 30% do
agronegócio do estado. Em vista disso, as empresas instaladas já
realizaram mais de US$2,5 bilhões em investimentos diretos e
encontram-se em fase de ampliação mais US$1,5 bilhão, que
somados gerarão cerca de US$4 bilhões. O setor também
responde hoje por 6,8% das exportações baianas e será
responsável pela implantação, no período de 2005 a 2009, de 13
novos empreendimentos industriais em território baiano. Esses
empreendimentos resultarão em investimentos adicionais da
ordem de R$8,6 bilhões, que representarão mais de 45% do total dos investimentos industriais previstos para a Bahia, no mesmo período.
Somente a entrada em operação definitiva da fábrica da Veracel Celulose, que
deverá ser inaugurada no próximo dia 28 de setembro, com a presença do governador Paulo Souto e do presidente Lula, deverá acrescentar à capacidade instalada aproximadamente 900 mil toneladas/ano, com um investimento da ordem de US$1,25 bilhão, gerando cerca de 2.000 empregos diretos e 8.000 indiretos. Indiscutivelmente, o maior investimento privado em implantação no Brasil hoje.
Oportuno deixar claro que sou inteiramente favorável à discussão da questão
florestal e seu impacto nas comunidades locais da forma mais ampla, transparente e democrática possível, quer através de audiências públicas ou mesmo reuniões técnicas, envolvendo os diversos agentes — o que me parece mais objetivo —, quando se possa efetivamente discutir o tema com mais profundidade e serenidade e tomar as decisões mais adequadas às necessidades das comunidades locais e do desenvolvimento econômico do estado.
Por fim, espero ter demonstrado que o setor florestal caracteriza-se como de
fundamental importância estratégica, não só para o nosso estado, mas, principalmente, para a economia do País. Daí por que não podermos nos descuidar um só instante em alertar o governo federal da necessidade de dedicar maior atenção à gestão e a eventuais estrangulamentos do complexo madeireiro do Brasil. Deve-se buscar constantemente formas de manter a competitividade do produto nacional, fazendo frente à concorrência mundial, e responder com presteza à demanda existente.”
(da redação com informações do Informativo do PFL)