31 de julho de 2025

Apequenou-se, ainda mais

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Com a decisão, já derrubada pela Câmara, de elevar o salário mínimo a níveis insuportáveis pela economia nacional, o Senado da República apequenou-se como nunca. Foi a maior demonstração de irresponsabilidade associada a uma extrema covardia a atitude dos senhores senadores. Todo mundo sabe que o nosso salário mínimo é realmente vergonhoso e humilhante. Mas é o possível nesse país em que grande parte do dinheiro tomado do cidadão pelo fisco é desviado, roubado ou aplicado deforma irresponsável. É verdade que a Câmara pode consertar a coisa, que, em última instância, certamente será vetada pelo presidente da República. É de se perguntar aos senhores senadores porque eles não tiveram tanta coragem para afrontar Lula quando ele estava forte e não havia sobre o seu governo essa tremenda chuva de acusações de corrupção.

Ao contrário, sempre se submeteram e abaixaram a cabeça às ordens do Executivo. Por que não reagiram quando Sarney, por ordem de Lula, sabotou a instalação da CPI dos bingos? Não exibiram essa valentia quando Lula lhes impôs goela abaixo medidas inconstitucionais e absurdas como a contribuição previdenciária dos aposentados e pensionistas do serviço público. Docilmente reduziram as aposentadorias dos trabalhadores, aumentaram impostos, criaram milhares de empregos para os apadrinhados do PT, deram foro especial ao presidente do Banco Central, ajudaram sabujamente a enterrar a CPI do Banestado, deixando impunes os responsáveis pela maior roubalheira da história do Brasil. Em quase três anos os senadores verberaram contra as medidas provisórias e o abuso do governo em editá-las sem os requisitos constitucionais de urgência e relevância. Combatiam no discurso e aprovaram no voto, todas elas. Depois de tanta subserviência, o Senado não tem condições morais para esse tipo de exibicionismo de valentia. Bater no adversário fragilizado é covardia. Não seria o caso de os valentes pais da Pátria aproveitarem esse espasmo de coragem para devolverem os cargos em que aboletaram seus apadrinhados nos diversos escalões do governo?

Democratas

O presidente do PT mandou convidar os jornalistas para as suas reuniões da executiva e diretório nacionais e da comissão de ética, no início do mês. Democraticamente, teve o cuidado de escrever no convite: ?Todos os eventos serão fechados à imprensa?.

Frustração

Foi uma frustração não poder assistir à encenação de ?5 x David Ives?, no teatro da Fundação Cultural Banco do Brasil, aqui em Brasília para ver brilhando no palco nossa afilhada Flávinha, filha dos jornalistas Edilma e Wilson Ibiapina. Nem no câmbio negro conseguimos ingressos

O último

O PFL decidiu por fim ao ?Troféu Berzoini de Crueldade?, conferido mensalmente à figura do governo que se destacar pelas maldades cometidas contra os brasileiros e criado em homenagem ao ex-ministro que inventou as filas de recadastramento dos velhinhos aposentados. O último ganhador foi o ministro Gilberto Gil, pelo gasto de R$ 9 milhões na decoração do seu gabinete em Brasília .

Mais um

Bem que o PFL podia conceder um troféu Berzoini extra para o secretário de Saúde de São Paulo pela maldade de levar dezenas de pobres velhos, muitos caindo aos pedaços, a uma passarela numa desenfreada disputa por umas faixas fajutas de ?O Mais belo Idoso?, ?Mister Beleza?, ?Mister Simpatia?, ? Mister Elegância? e ?Mister Timidez?.

São dois

Mente quem diz que o Brasil é um país de desonestos. Há provas em contrário. Em Brasília acaba de ser flagrado um militar reformado, de 71 anos, que achou um envelope com R$ 1.250,00 em dinheiro e não sossegou até achar o dono e devolver-lhe a grana. Denunciado, confessou o gesto de honestidade. Com aquele cearense que devolveu US$ 10 mil achados no banheiro do aeroporto, já são dois..

Clone

Políticos do Maranhão tentam criar um clone da ?União pelo Ceará?, a coligação de 13 partidos que em 1962 levou o coronel Virgílio Távora ao governo cearense. Buscam subsídios num estudo do professor Elder de Freitas Martins sobre aquele acordão. Na versão timbira o candidato a governador seria o presidente do STJ, ministro Edson Vidigal..

Barato

Saiu barato o desleixo do Banco Central em não fazer o seguro do dinheiro que levaram os seus cofres em Fortaleza. A conta será paga por todos os cidadão brasileiros mas não doerá no bolso. Dá apenas cerca de R$ 0,80 para cada um. O mesmo que estamos pagando pelo novo avião do Lula. .

Êxito

Mais de duas mil pessoas lotaram a Academia e Tênis de Brasília para a festa, com direito a show de Zizi Possi, no ultimo dia 12, que marcou os 10 anos de sucesso da revista ?FOCO?, vitoriosa criação da jornalista Consuelo Badra.

Mal agradecidos

Generosamente o presidente Lula saiu por aí distribuindo o nosso dinheiro, aviões, navios, remédios, anistia de dívidas e até pedidos de perdão (na realidade devido pelos portugueses) aos países africanos. Pois os mal agradecidos, em bloco, rejeitaram a proposta de ampliação do Conselho de Segurança da ONU, onde o Brasil pretendia sentar o traseiro.

Cultura

Não é a Walitta. Também não é a Arno. Quem vai pagar parte da conta com a realização de um audiovisual denominado ?Reflexões de Um Liquidificador? é mesmo o contribuinte que, graças ao oportuno aprovo do ministro Gilberto Gil, cairá com R$ 750 mil para a realização da importante obra cultural.

Mais barato

Bem que sairia mais barato para o contribuinte se Lula soubesse falar inglês. Assim a Casa Civil não precisaria contratar por R$ 200 mil um intérprete para servir de tradutor nos seus encontros com dignitários estrangeiros, dispensando de forma humilhante os serviço do pessoal diplomático, altamente qualificado e disponível em todas as nossas embaixadas pelo mundo.

As pernas

Aqui em Brasília o ministro Humberto Gomes de Barros, do Superior Tribunal de Justiça, autografou mais um livro. Desta feita envereda pelos caminhos do conto com ?As Pernas da Cobra?, que a crítica de Saulo Ramos resume em uma palavra: ?fascinante!?.

Incompetência ou...

Mais 24 leis aprovadas pela Câmara Legislativa de Brasília foram declaradas inconstitucionais. Era tudo mais um amontoado de mutretas. Funcionava assim: um sujeito comprava por R$ 100 mil um terreno no qual legalmente só poderia ser construído um mercadinho. Aí um deputado gerava uma lei alterando a destinação para posto de gasolina. O imóvel então, altamente valorizado, era vendido por R$ 3 milhões. Seria apenas incompetência?

Por Rangel Cavalcante

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