Bahia
Mulher: uma análise feita pelo IBGE;Mulher nordestina é referência.
(Brasília-DF,08/03/2005) No Brasil, a prevalência de déficit de peso é igual ou superior a 5% para homens com mais de 74 anos de idade (8,9%) e mulheres com menos de 30 anos (12,2% entre as 20 e 24 anos e 7,3% entre 25 e 29 anos. O déficit de peso diminui entre homens e mulheres à medida que os rendimentos aumentam: na população masculina, ele é de 4,5% quando os rendimentos per capita são iguais ou inferiores a ¼ de salário-mínimo e de 1,3 % para rendimentos superiores a 5 salários-mínimos per capita. Já entre as mulheres, o déficit é próximo a 5% para rendimentos menores que dois salários-mínimos per capita e de 8,5% quando o rendimento per capita é inferior a ¼ de salário mínimo.
Excesso de peso e obesidade são diferentes entre homens e mulheres e nos meios urbanos e rurais
Em 2003, o excesso de peso afetava 41,1% dos homens e 40% das mulheres e a obesidade, 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres adultas do país. Eram obesos 20% dos homens e um terço das mulheres com excesso de peso. O excesso de peso tende a aumentar com a idade, de modo mais rápido para os homens e, de modo mais lento, porém mais prolongado, para as mulheres. A partir dos 55 anos para os homens e dos 65 para as mulheres, observa-se que o excesso de peso tende a cair. Dos 20 aos 44 anos, o excesso de peso é mais freqüente em homens, invertendo-se a situação nas faixas etárias mais altas.
No caso das mulheres, esta diferenciação entre os meios urbanos e rural não ocorre com a mesma intensidade, mas a presença de excesso de peso é sempre maior no meio rural. A exceção é o Nordeste, onde a participação no urbano é maior (39,4% contra 36,8%). Entre os homens obesos, as proporções são muito menores no Brasil rural (5,1%) do que no Brasil urbano (9,7%). Na população feminina, a diferenciação é menor (13,2 % no urbano e 12,7% no rural). Considerando-se os obesos de um modo geral, o percentual mais alto foi o das mulheres que vivem na área rural da região Sul (18,6 %), enquanto o menor foi o dos homens do Nordeste rural (3,2%).
Nas classes de rendimentos mais altos, mais da metade dos homens apresentam excesso de peso
Em 2003, taxas de 20% e 26% de excesso de peso são encontradas na população masculina vivendo em famílias com rendimento mensal de até meio salário-mínimo per capita. Tanto o excesso de peso quanto a obesidade crescem com os rendimentos na população masculina, sendo que 56,2% dos homens nas classes de rendimentos superiores a cinco salários-mínimos apresentam excesso de peso. Entre as mulheres, o crescimento dos percentuais de obesidade ocorre até os rendimentos per capita de dois salários-mínimos, caindo a partir daí. O excesso de peso (42%) e a obesidade (14%) são maiores entre as mulheres que vivem em famílias de classe de rendimentos de 1 a 2 salários-mínimos per capita.
Em 30 anos, menos déficit de peso e mais excesso de peso e obesidade, especialmente entre homens
No Brasil, os percentuais de déficits de peso vêm declinando ao longo do tempo, tanto para homens quanto para mulheres. Entre as décadas de 1970 e de 1980, esse déficit caiu 50%, mostrando pequena redução a partir de 1989. Há 30 anos, 16% (7,6 milhões) dos adultos tinham sobrepeso.
Em meados da década de 1970, o problema de exposição à desnutrição na população feminina, era mais acentuado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com taxas de 11% e 14%, o que configurava exposição moderada à desnutrição. Em 2003, se configurava a baixa exposição à desnutrição na população feminina do Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
O excesso de peso e a obesidade aumentam contínua e intensamente na população masculina. Em 1974, o problema da obesidade era praticamente inexistente na população masculina. Em 2003, duplicou o percentual de homens com excesso de peso (de 18,6% para 41%) e triplicou o de obesos (de 2,8 para 8,8%). Até 1989, os percentuais de excesso de peso e obesidade, entre os homens, eram bastante inferiores àqueles observados para as mulheres. Em 2003, estes percentuais praticamente se igualaram.
Já o excesso de peso e a obesidade entre as mulheres cresceram 50% de 1974 a 1989 e mantiveram-se estáveis entre 1989 e 2003. Com exceção do Nordeste, onde continuou o aumento do excesso de peso e da obesidade entre as mulheres, nas demais regiões, houve estabilidade ou declínio das taxas.
Nos últimos 30 anos, a evolução do estado nutricional da população sofre influência da renda
Entre os homens, a freqüência do excesso de peso aumenta de modo intenso com a renda, enquanto que, entre as mulheres, a relação percentuais de excesso de peso e renda é menos marcante, sendo o excesso de peso mais comum nas classes intermediárias de renda.
Em linhas gerais, o padrão de evolução do perfil antropométrico nutricional da população se repete em todas as faixas de renda. Enquanto que, em meados da década de 70, a obesidade era relativamente rara entre as mulheres que pertenciam à faixa de rendimento de até 1/4 de salário-mínimo (2,7%) e entre os homens que ganhavam até um salário-mínimo per capita (0,5% entre os que ganhavam até ¼; 1,4% entre os que ganhavam até meio salário e 2,3% entre os que ganhavam até um salário), de 1989 a 2003, o aumento do excesso de peso e de obesidade entre as mulheres, fica restrito às duas primeiras classes de rendimento (de até 1/4 e de 1/4 a 1/2 salário-mínimo per capita). Também a exposição das mulheres à desnutrição, nas duas primeiras faixas de rendimento, alcançava, na década de 70, magnitude moderada, de 16,0% e 13,1%.