Bolsonaro, na audiência de custódia, diz que teve alucinação e paranóia, por isso tentou contra a tornozeleira; prisão foi mantida
Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, e passou a noite em uma Sala de Estado, reservada para autoridades
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com agências
(Brasília-DF, 23/11/2025) Na manhã deste domingo, 23, o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso preventivamente no sábado pela Polícia Federal por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), passou por uma audiência de custódia.
Trata-se de uma etapa obrigatória para todas as pessoas que são presas e devem se apresentar até 24 horas após a prisão a um juiz. O procedimento serve para verificar se houve irregularidades no momento da prisão e checar a integridade física e psicológica da pessoa presa, e não serve para discutir o mérito da ação.
Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, e passou a noite em uma Sala de Estado, reservada para autoridades. A audiência de custódia foi conduzida por videoconferência por um juiz auxiliar do gabinete de Moraes.
Após o procedimento, a prisão foi mantida. Na audiência Bolsonaro foi indagado sobre a tentativa confessa de violar sua tornozeleira eletrônica, o que ajudou a justificar a prisão preventiva. Em resposta, disse que teve um "surto" e uma "certa paranoia" em razão da interação entre medicamentos.
"O depoente afirmou que estava com 'alucinação' de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa. O depoente afirmou que não se lembra de surto dessa natureza em outra ocasião", diz o relatório da Justiça.
"O depoente afirmou que não tinha qualquer intenção de fuga e que não houve rompimento da cinta", completa o documento.
Primeira Turma julgará decisão
A decisão de Moraes, relator do caso, ainda será julgada pela Primeira Turma do STF, que marcou uma sessão virtual extraordinária para esta segunda-feira, das 8h às 20h.
Ao ordenar sua condução à sede da PF, Moraes citou a proximidade do "trânsito em julgado" da ação penal que condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por crimes contra a democracia.
Contudo, o colegiado deverá decidir exclusivamente se mantém ou não a prisão preventiva de Bolsonaro. O julgamento da trama golpista corre em paralelo.
O ex-presidente cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto por descumprimento de medidas cautelares impostas no âmbito do inquérito que o investigava por suposta tentativa de obstruir a Justiça ao instar o governo americano a interferir em seu processo penal.
( da redação com informações de agências. Edição: Política Real)