Nordeste e a Safra.
Mesmo com a queda da safra números de 2.005/2004 serão maiores que os do ano passado; Safras de soja do Maranhão, Piauí e Oeste Baiano garantem perdas menores na soja.
(Brasília-DF,22/03/2005) Apesar da quebra de 12,4 milhões de toneladas em relação à previsão inicial de 131,9 milhões de toneladas, causada pela seca no Centro-Sul, a safra brasileira de grãos 2004/05 deve superar em 300 mil toneladas a de 2003/04, chegando a 119,5 milhões de toneladas, contra 119,2 milhões de toneladas. Os números constam da estimativa extraordinária de produção agrícola divulgada hoje (22/03) pelo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Jacinto Ferreira. Soja e milho são as culturas mais prejudicadas pelos problemas climáticos nos estados do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, responsáveis por 60% da safra do país.
A frustração da safra de grãos 2004/05 não deve prejudicar o abastecimento interno, assegurou Ferreira.
“Não acreditamos em desabastecimento, até mesmo porque a produção de todas as culturas, exceto a do milho, será maior agora do que na temporada passada.” Ele informou também que só a Conab tem um estoque de passagem de mais 2 milhões de toneladas de milho, sem contar com o que está depositado nos armazéns do setor privado. Por isso, a estatal avalia que não haverá problemas no fornecimento de milho no mercado interno.
Soja – Entre as culturas atingidas pela seca, a soja foi a que teve maior redução, segundo o levantamento realizado pela Conab entre os dias 14 e 18 deste mês. A queda na safra da oleaginosa, em comparação com a estimativa inicial, divulgada em dezembro de 2004, é de 13,5% - 8,3 milhões de toneladas. Isso representa uma perda de 66,7% (6,1 milhões de toneladas) no Rio Grande do Sul, levando-se em conta o tamanho da área geográfica do estado. No Parará, ela chega a 13,3% (1,63 milhão de toneladas) e a 20,9% (1,051 milhão de toneladas) no MS.
Mesmo com a redução de 8,3 milhões de toneladas, a safra de soja deve chegar a 53,1 milhões de toneladas, mais de 3 milhões de toneladas do que a anterior, de 49,7 milhões de toneladas. “Isso foi possível graças ao desempenho da cultura no Mato Grosso, Minas Gerais, Maranhão, Piauí e oeste da Bahia”, destacou o presidente da estatal. Segundo Ferreira, as perdas na produção da oleaginosa causada por problemas climáticos no Brasil e também nos Estados Unidos devem elevar as cotações internacionais da commodity.
A perda na cultura de milho deve chegar a 10%, o equivalente a 3,16 milhões de toneladas. A maior redução também ocorreu no RS: 55% - 2,7 milhões de toneladas. A previsão é de que a produção de milho da primeira safra alcance 29,3 milhões de toneladas em todo o país.
A Conab divulga um novo levantamento de safra em maio deste ano. De acordo com Ferreira, a nova estimativa da produção agrícola brasileira não deverá ter grandes alterações em relação à que foi divulgada hoje. “Deveremos ter apenas alguns pequenos ajustes.”
Para socorrer os agricultores prejudicados pela seca, o governo federal lançou dois pacotes de medidas de apoio, que vão desde a prorrogação de dívidas de custeio até a garantia de recursos para o plantio da safra de inverno.
(da redação com informações do Ministério da Agricultura)