31 de julho de 2025

Alagoas.

Senadores fazem visitas às áreas de seca no Estado; Foi a primeira vez que os três senadores fizeram uma ação conjunta no diagnóstico da crise da seca no Estado.

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( Brasília-DF,14/03/2005) Pela primeira vez na história política de Alagoas, os três senadores do estado, apesar de integrarem diferentes partidos, visitaram, durante aproximadamente oito horas, regiões que estão sofrendo os efeitos da seca que assola o Nordeste. Renan Calheiros (PMDB-AL), Heloísa Helena (PSOL-AL) e Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) estiveram, no último sábado, nos municípios de Olivença, Carneiros, Senador Rui Palmeira e São José da Tapera, todos localizadas no sertão alagoano, com o objetivo de cobrar do governo federal a liberação imediata de recursos para o combate da estiagem.

Antes mesmo de ser realizada, a visita dos senadores alagoanos já tinha apresentado resultados. Na sexta-feira (11), o ministro da Articulação Política, Aldo Rebelo, comunicou à presidente da Associação dos Municípios de Alagoas (AMA) e prefeita da cidade Feliz Deserto (AL), Rosiana Beltrão, que o governo federal está publicando as portarias de reconhecimento dos decretos de situação de emergência expedidos por 272 prefeituras brasileiras, sendo 26 de Alagoas. Com este aval da União, expedido pelo Ministério de Integração Nacional, as verbas destinadas à ajuda às localidades atingidas pela seca poderão ser liberadas de forma emergencial.

A seca no Nordeste é diferente da seca no Sul e no Sudeste. Nestas duas outras regiões, a falta de chuvas causa, sobretudo, problemas econômicos como a quebra de safras. Aqui é muito pior. Quando a estiagem atinge o Nordeste destroça o sistema produtivo local e retira as mínimas condições que as pessoas têm para sobreviverem. Por este motivo a seca aqui é muito mais grave e a ajuda emergencial do governo tem que vir em primeiro lugar - comparou Renan Calheiros.

Para Heloísa Helena, o governo deveria dispensar ao Nordeste a mesma atenção que oferece aos banqueiros. Ela disse que enquanto a maior parte dos recursos do país é destinada para o pagamento e rolagem de dívidas, obras essenciais para minorar o sofrimento do sertanejo, como projetos de irrigação, recuperação de adutoras, revitalização de reservatórios de água ou construção de barragens são esquecidas. A senadora completou que o reconhecimento do governo da situação de emergência dos diversos municípios significa que "as migalhas" irão para essas localidades com maior rapidez.

- O dinheiro liberado servirá para que carros-pipa levem água para as famílias e que cestas básicas sejam distribuídas, mas as obras de infra-estrutura continuarão sem ser realizadas. Depois que as migalhas são gastas, as pessoas continuam vivendo sua situação de dor, de sofrimento e de desespero. Vamos pressionar para que o governo tenha sensibilidade e não olhe apenas para o curto prazo - afirmou Heloísa Helena.

Uma das obras de infra-estrutura que os alagoanos pleiteiam foi detalhada por Teotônio Vilela Filho: o Canal do Sertão. Esta é considerada uma das prioridades do estado. O canal, que retira água do Rio São Francisco, começa em Delmiro Gouveia (AL) e vai até Arapiraca (AL), percorrendo 37 municípios do sertão de Alagoas. As águas, explicou o senador, serviriam para consumo humano e animal, irrigação e projetos de piscicultura.

- A construção do Canal do Sertão foi paralisada neste governo. Esta é uma obra grande, prevista para ser concluída em cinco anos, a um custo de R$ 500 milhões. Este é um projeto fundamental para o desenvolvimento sustentável do sertão de Alagoas, já que permitirá a geração de emprego e renda e acabará com essa dependência de alimentos e, principalmente, de comida dos habitantes desta região que é a mais pobre do estado - explicou Teotônio Vilela Filho.

(da redação com informações da Agência Senado)