31 de julho de 2025

Festival de Incoerência

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Um festival de incoerências no meio político. Para começar, veja-se o Partido dos Trabalhadores, que, aboletado no poder, logo embriagou-se o com o sucesso e mandou às favas os princípios de mais de vinte anos, optando por gerir o terceiro mandato de FHC. Vem agora o PPS com o ?desligamento? do ministro Ciro Gomes, um dos seus vice-presidentes, porque ele não quis sair do governo, assim como da senadora Patricia Sabóia, por não abdicar de um decorativo posto de vice-líder do governo no Senado. O deputado Roberto Freire tem sido para Ciro Gomes uma espécie de inspetor Javet. Insiste em manter o seu partido numa oposição gaiata ao neotucanato petista. Comunista de carteirinha, hoje mais chegado à ala escocesa do que foi o velho ?Partidão?, foi um dos mais leais simpatizantes dos oito anos de governo neoliberal de FHC, assistindo de camarote a entrega do país ao capital estrangeiro, a venda de quase todo o patrimônio nacional, rateado entre amigos do poder a preço de banana, às castrações dos direitos dos trabalhadores e a tudo o quando é submissão ao que ele antes chamava de capitalismo selvagem.

De repetente o deputado pernambucano resolveu virar oposição, combatendo com unhas e dentes aquilo com que sempre concordou nos tempos do tucanato. Já não se fazem comunistas como antigamente. A seguir-se a lógica de Roberto Freire, o PT deveria expulsar logo o Lula, o Zé Dirceu, o Genoíno e toda a sua cúpula, por traição aos ideais e aos estatutos do partido, já que hoje rezam pela cartilha do PSDB. É de se perguntar o que ganha o PPS com o ?desligamento? de Ciro Gomes, que, além de discutível e arbitrário, não contribui para nada e só traz prejuízo á agremiação que, por sinal, definha na própria terra de Freire, onde dos 815.644 pernambucanos que o elegeram senador em 1994 apenas 54.003 votaram nele para elege-lo deputado federal, como lanterna da bancada do seu estado. O ?desligamento? faltou força para expulsar - mostra que do Partido Comunista a alta direção do PPS só conserva mesmo a prepotência e o arbítrio. A exemplo do PT, o PPS entra em cena no festival de incoerências que assola o mundo político brasileiro, convenientemente às vésperas do Carnaval.

Devagar

Postado no dia 26 de janeiro em Fortaleza, somente na quarta-feira, 2 de fevereiro, chegou aqui o convite do presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, deputado Marcos Cals, para a posse dos integrantes da nova mesa diretora do legislativo estadual cearense..

Problema

Sem querer, os usineiros de Pernambuco criaram um problema sério para milhares de haitianos que disputam alguma comida pelas ruas de Porto Príncipe. Mandaram para eles cinco toneladas de rapaduras. Como a maioria não tem dentes, felizmente encontraram uma jeitinho para comer a iguaria: usam pedras de calçamento para quebra-la em padacinhos. .

Conselheiro

O industrial Amarílio Macedo, dirigente do grupo J. Macedo, um dos maiores do ramo do trigo no continente, foi nomeado pelo presidente Lula para integrar, por dois anos, o Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial.

Pechincha

Na próxima segunda-feira, dia 14, a Marinha vai vender em leilão mais um dos seus navios. É a vez da corveta ?Angostura?, que durante muitos anos prestou serviços à nossa Armada. Uma verdadeira pechincha, pois o preço mínimo de alienação alienação é de apenas R$ 224 mil e uns quebrados. Quem comprar pode transforma-la num belo iate de recreio.

Gastança

A Radiobrás já gastou neste mês cerca de R$ 300 mil na compra de mais equipamentos para o Canal Internacional de Televisão com que o Brasil pretende, desta vez para valer, exibir sua pujança ao mundo. Enquanto isso a Câmara Legislativa de Brasília inaugurou o seu canal de televisão, torrando mais dinheiro do contribuinte.

É só o começo

O ministro da Educação iniciou o ano autorizando ou reconhecendo somente no mês de janeiro mais 180 cursos superiores no Brasil, entre os quais alguns de Direito. E isso apenas o começo. Vem muito mais por aí.

Espirito púbico

O novo prefeito de Goiânia, o ex-senador Iris Rezende, luta com unhas e dentes para emplacar o senador Maguito Vilela no ministério de Lula. Tudo por mero espírito público e amor pelo seu estado, Goiás. Nada a ver com o fato de Maguito ter como suplente a senhora Iris Rezende, xará e mulher do dito cujo prefeito. .

É fria

A VASP promete reembolsar em 30 dias os incautos compraram suas passagens e não conseguiram sair do chão. É fria. Não vai pagar a ninguém assim como não o fez a Transbrasil antes de encolher as asas. Omar Fontana já advertia a Collor sobre a venda da VASP ao ex-camioneiro Canhedo. Dizia que não se pode confiar numa empresa de aviação cujo presidente tira foto pilotando um Boeing com o braço de fora.

Bom negócio

Excelente negócio fez a empresa que vai explorar o salão de beleza do Palácio do Planalto. Recebe um estabelecimento com água, luz, ar condicionado, limpeza, segurança e todos os equipamentos custeados pelo contribuinte, que não pode entrar lá. . Em troca paga apenas R$ 1.502,50 por mês. Todo apurado é lucro.

Cultura

O ministro Gilberto Gil acaba de autorizar o financiamento de mais duas importantes obras para a cultura brasileira: os ?Marimbondos de Fogo?, do ex-presidente José Sarney, e o ?Manual para Atropelar Cachorro?, de Rafael Amaral Primo.

Adisia

Abraçar Adísia Sá pelos seus 50 anos de jornalismo é homenagear uma geração inteira de jornalistas que marcaram significativamente a história da imprensa cearense na segunda metade do século passado.

Pode?

Pode haver melhor coisa no mundo do que ser dono de banco no Brasil? Parece que não, como demonstra o balanço do Bradesco que revela um lucro líquido de R$ 3,06 bilhões no ano passado, mais da metade oriundo de tarifas cobradas aos usuários. São mais de R$ 250 milhões por mês, ou quase R$ 10 milhões por dia.

Currículo

Junto com as mensagens de parabéns pela posse como Secretário do Governo do Distrito Federal, o deputado distrital Wigberto Tartuce recebeu também a comunicação de que foi condenado pelo Tribunal de Contas da União pelo desvio de dinheiro do Fundo de Assistência ao Trabalhador, quando era secretário de Trabalho do mesmo governo.

por Rangel Cavalcante

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