Nordeste e a Cesta Básica.
Fortaleza continua com a cesta mais barata; Aracaju foi a cidade nordestina e brasileira em que os preços menos evoluíram, tanto em janeiro como nos últimos 12 meses.
(Brasília-DF,03/02/2005) Fortaleza pode ter sido a cidade em que o IPCA mais cresceu entre 15 de dezembro e 15 de janeiro deste 2.005 porém segundo o Dieese a capital cearense continua tendo a mais barata de todas as cestas básicas a serem vendidas nas cidades pesquisadas. A cidade de Aracaju vem sendo a em que os preços menos evoluíram em janeiro e também nos últimos 12 meses.
No primeiro mês de 2005, o custo dos gêneros de primeira necessidade apresentou comportamento bastante heterogêneo nas dezesseis capitais onde o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos – realiza, mensalmente, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. Quatro cidades – Porto Alegre (-3,40%), Belo Horizonte (-1,12%), Aracaju (-0,65%) e Rio de Janeiro (-0,34%) – registraram recuo. Em três localidades ocorreram pequenas variações positivas: Florianópolis (0,03%), Fortaleza (0,38%) e São Paulo (0,39%). Nas demais, as elevações chegaram a 7,58%, em Recife; 5,92%, em João Pessoa e 4,01%, em Natal.
Quando se considera, porém, a variação do custo da cesta em doze meses, verifica-se que dez capitais apresentaram redução no custo da ração essencial mínima, conforme definida no Decreto-Lei 399, de abril de 1938. As quedas mais significativas deram-se em Aracaju (-11,06%), Salvador (-10,96%) e Fortaleza
(-7,80%). Dentre as seis cidades onde houve alta, a mais expressiva ocorreu em Vitória (6,64%).
O movimento diferenciado dos preços da cesta, no primeiro mês de 2005, determinou alteração na ordem das cidades que têm os mais elevados custos para o conjunto de produtos essenciais. Assim, a capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 172,87), seguida por Brasília (R$ 170,62), ficando Porto Alegre – que ao longo do ano passado foi a localidade que mais vezes registrou o maior custo para os produtos alimentícios básicos – com o terceiro valor (R$ 168,80). Os menores valores foram apurados em Fortaleza (R$ 125,20) e Salvador (R$ 127,85).
Tomando por base o maior valor encontrado para o conjunto de produtos alimentícios essenciais, e levando em consideração o preceito constitucional que determina que o salário mínimo deve ser suficiente para a manutenção do trabalhador e de sua família, suprindo suas necessidades com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o DIEESE estima, mensalmente quanto deveria ser o menor salário pago no país. Assim, considerando o custo apurado na capital paulista, em janeiro, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 1.452,28, ou seja, 5,59 vezes o mínimo vigente, de R$ 260,00. Em dezembro, o piso correspondia a 5,64 vezes o mínimo em vigor, enquanto em janeiro de 2004 – quando o salário mínimo era de R$ 240,00 – chegava a 6,02 vezes.
( Da redação com informações do Dieese)