Nordeste e o PIB.
Bahia, Piauí e Alagoas tiveram um desempenho inferior a média do PIB, informa IBGE ; Agropecuária e Petróleo são os destaques no PIB dos Estados.
( Brasília-DF,08/12/2004) Os resultados das Contas Regionais de 2002, divulgados ontem pelo IBGE em parceria com os governos estaduais, mostram que o ano foi marcado pelo bom desempenho da Agropecuária (7%) e da Extrativa Mineral (11,7%), em especial, o petróleo. No Rio de Janeiro, por exemplo, o petróleo cresceu mais de 15%, enquanto em Minas Gerais, o minério de ferro cresceu 7,5%.
Na comparação com 2001, Mato Grosso, com variação de 9,5%, foi o estado que mais cresceu, influenciado, sobretudo, pela Agropecuária, que teve crescimento de 17,7%. Também se destacaram Rondônia (9,2%), Amazonas (7,0%), Espírito Santo (6,0%), Roraima (6,6%), Amapá (6,0%), Goiás (4,9%), Acre (4,6%), Paraíba (4,9%) e Rio de Janeiro (4,4%). Com desempenho abaixo da média nacional (1,9%), as menores taxas foram registradas em Alagoas (0,2%), Piauí (0,6%), São Paulo (0,7%), Rio Grande do Sul (1,1%), Bahia (1,2%), Santa Catarina (1,5%) e Paraná (1,7%), que, juntos, respondem por quase 55% de participação no PIB.
Em relação ao PIB per capita, o maior valor foi do Distrito Federal (R$16.361) e, o menor, do Maranhão (R$1.949). A novidade, no entanto, ficou por conta da mudança de posição entre alguns estados. Em 2002, o PIB per capita do Rio de Janeiro (R$11.459) foi maior do que o de São Paulo (R$11.353) e o da Bahia (R$4.629) superou o de Pernambuco (R$4.482)
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Rio Grande do Norte tem o maior crescimento na Agropecuária
No Nordeste, Bahia, Piauí e Alagoas tiveram desempenho abaixo da média nacional. Na Bahia, a variação anual (1,2%) foi influenciada pelas quedas na Indústria de Transformação (-0,1%) e na Extrativa (-0,2%). Já no Piauí e em Alagoas, a justificativa foi o fraco comportamento da Agropecuária, que caiu, respectivamente, 8,0% e 17,0%. Em Alagoas, a queda na cana-de-açúcar (-14%) refletiu diretamente no resultado da Agropecuária. Ao contrário, com bons resultados na Agropecuária, ficaram os estados de Pernambuco (20%), puxado pela cana-de-açúcar, e Rio Grande do Norte (73%), o maior crescimento na atividade entre as unidades da federação.
Apesar da liderança, cai a participação de São Paulo
Desde o início da série (1985), os mesmos sete estados mantêm as maiores participações no PIB. São eles, por ordem decrescente: São Paulo (32,6%), Rio de Janeiro (12,6%), Minas Gerais (9,3%), Rio Grande do Sul (7,8%), Paraná (6,1%), Bahia (4,6%) e Santa Catarina (3,9%). Juntos, esses estados detinham, em 2002, 77% do PIB. Apesar da liderança, São Paulo apresenta, no período, o menor nível de participação da série, que já esteve em 37% em 1990.
No acumulado, liderança é do Mato Grosso e do Amazonas.
No resultado total acumulado (1985-2002), a liderança do crescimento em volume continua sendo do Mato Grosso (257%) e do Amazonas (248%). No acumulado de 1994 a 2002, porém, verifica-se que o melhor desempenho é do Amazonas, que cresce 100% no período, seguido pelo Mato Grosso, com um crescimento acumulado de 64%.
Á nível de Nordeste o destaque foi Rio Grande do Norte que cresceu 82%, seguido do Maranhão com 73%, do Ceará com 71% e do Piauí com 67%. A média de crescimento no Nordeste nesses anos foi de 51%. Abaixo dessa média ficou o Pernambuco com 38%, a Bahia com 42% e Alagoas com 44%.