Nordeste e os Transportes.
Corredores nordestinos foram destaque da fala de Nascimento aos senador; Pais precisa de novas opções de logística, diz Nascimento.
( Brasília-DF,15/12/2004) O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, defendeu nesta quarta-feira,15, a adoção pelo país de novas opções de logística, que garantam o escoamento da produção e estimulem o crescimento econômico. Entre elas, citou os corredores de transportes formados pelas ferrovias Norte-Sul e Transnordestina e pelos portos de Itaqui (MA), Pecém (CE) e Suape (PE).
Durante audiência pública promovida pelas Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), Serviços de Infra-Estrutura (CI) e de Fiscalização e Controle (CFC), todas do Senado Federal, o ministro observou que os principais portos em funcionamento no país não dispõem de retroárea para instalação de indústrias e serviços. Além disso, enfrentam problemas de acesso e de calado, por terem sido construídos para navios menores.
De acordo com Nascimento o porto de Itaqui pode receber navios de grande porte, não tem problemas de acesso e dispõe de grande área para instalação de indústrias. E está ligado, como recordou, à ferrovia Norte-Sul, que, quando concluída, chegará às regiões produtoras do Centro-Oeste. Para a finalização da ferrovia, ele disse contar com recursos provenientes da iniciativa privada.
- Apostamos muito na aprovação das PPPs - disse Nascimento, em uma referência ao projeto de regulamentação das parcerias público-privadas, pronto para ser votado no Plenário do Senado.
Segundo o ministro, empresários japoneses já têm demonstrado interesse na conclusão da Norte-Sul. Também poderão receber investimentos privados, na sua opinião, as obras do corredor de exportação formado pela Transnordestina e pelos portos de Pecém e Suape. Os dois portos, ressaltou, dispõem de grandes retroáreas e calado acima da média, além de estarem afastados dos grandes centros urbanos. Por meio desse corredor, previu, poderá ser escoada a produção de regiões como o oeste da Bahia e o sul do Piauí e do Maranhão.
RODOVIAS - Até o final de 2005, de 65 a 75 das rodovias federais em todo o país terão sido restaurados, segundo previsão feita, também, nesta quarta-feira ,15, pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.
Para garantir a recuperação das estradas, o ministro disse contar com aproximadamente R$ 6,5 bilhões para o ano que vem. Desse total, R$ 3,5 bilhões já estão previstos no projeto de Orçamento da União, R$ 2,5 bilhões estão contidos em um aditivo ao projeto a ser enviado ao Congresso Nacional até o dia 20 e outros R$ 500 milhões seriam aplicados a partir de emendas de parlamentares ao projeto de orçamento.
- Criamos um plano de restauração de rodovias para 2005 e eu estou muito otimista em relação a ele - afirmou Nascimento.
O ministro lembrou que os problemas de infra-estrutura do país são muito sérios e vêm de muitos anos. Ele considerou equivocada a opção preferencial do Brasil pelas rodovias, mas argumentou que a mudança de prioridade em direção às ferrovias e hidrovias leva tempo. Por isso, afirmou estar empenhado, no momento, na recuperação da malha rodoviária.
Nascimento relatou que o Ministério dos Transportes já não tem mais dívidas referentes a obras realizadas em 2002 e 2003. Ao início da audiência, o presidente da CFC, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), disse que o ministério tem pela frente um "desafio grandioso".
