Nordeste e CDES.
Segundo Amarílio Macedo, Governo deveria buscar alongar dívida externa; posição do líder empresarial é o primeiro sinal forte vindo de um nordestino.
(Brasília-DF, 13/05/2004) O empresário Amarílio Macêdo, do Grupo J.Macedo, disse nessa quinta que é necessário que o custo de capital seja compatível com o risco do investimento. Amarílio Macedo, ainda sem uma visão mais clara sobre o prestígio do presidente Lula depois do caso NYT, acredita que ele teria condições de bancar uma mudança na questão da dívida, porém revela que dentro do CDES há uma tendência clara pela mudança de rota na economia.
Na visão dele, o governo precisa trabalhar nessa direção para que os investimentos não fiquem travados. Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ele defendeu a tese de que o governo deve aproveitar a credibilidade internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para, junto com outros países emergentes, negociar um alongamento dos prazos da dívida externa.
Segundo Macêdo, esses prazos e os juros da dívida acabam por sufocar a economia brasileira.
O ministro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jaques Wagner, informou que, na reunião, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, procurou explicar aos conselheiros que a melhora do perfil da dívida externa vem-se dando de forma processual. Palocci, ainda de acordo com o relato de Wagner, mostrou aos participantes da reunião que os países que optaram por parar e renegociar a dívida tiveram uma perda de PIB e um aumento da pobreza.
BARRADO NA FESTA - O empresário nascido no Ceará e que chegou a ser citado no final do anos 80 e início dos anos 90 como uma versão mais democrática e tão competente do hoje senador Tasso Jeireissati, no seu estado natal, e que era visto como uma nova liderança que chegaria na política do Nordeste e do Brasil, chegou a ser barrado, segundo fontes, para entrar no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, CDES, no melhor do relacionamento entre o senador tucano e o Planalto. Ele dirige um dos maiores grupos nordestinos e líder no mercado de trigo e derivados no País.
Amarílio Macedo é a primeira liderança empresarial, com origem no Nordeste, que deixa claro sua opinião no sentido de mudar as regras da dívida. O presidente da CNI, Armando Monteiro, outro líder e empresário nordestino, que é deputado pelo PTB pernambuano, ainda não tinha tomado posições nessa linha apesar da Confederação Nacional da Indústria já ter dado sinais no lançamento de suas sugestões para política industrial para o país.
( da redação, com Genésio Araújo Junior)