31 de julho de 2025
MERCADOS

DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em queda e no Brasil, mercado acorda avaliando o recuo do tarifaço de 40% dos EUA sobre o Brasil

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Por Politica Real com agências
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Mercados sob e baixa.png Foto: Arquivo da Política Real

(Brasília-DF, 21/11/2025). A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da Xp investimentos apontando que os mercados globais estão em queda e no Brasil o mercado tem olhos para decisão anunciada ontem à noite de recuo no tarifaço dos EUA conta do Brasil em diversos produtos.

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Mercados globais

Nesta sexta-feira, os futuros nos EUA recuam (S&P 500: -0,1%; Nasdaq 100: -0,4%) após uma sessão extremamente volátil, marcada por um forte sell-off em ações de inteligência artificial. O rali inicial impulsionado pelos resultados sólidos da Nvidia, que chegaram a levar o S&P 500 a +1,9%, se desfez no fim do pregão, com a fabricante de chips virando para -3,2%. O S&P 500 caiu 1,6% e o Nasdaq recuou 2,2%. A volatilidade aumentou após a divulgação do payroll atrasado, que mostrou criação de empregos acima do esperado, mas uma taxa de desemprego mais fraca, reforçando dúvidas sobre um possível corte de juros em dezembro. As chances de redução permanecem baixas (41%, segundo o CME FedWatch). No acumulado da semana, o S&P 500 cai 2,9% e o Nasdaq cede 3,6%.

Na Europa, os mercados abriram em queda (Stoxx 600: -1,1%), acompanhando a forte aversão ao risco global e o impacto direto da correção das Big Techs nos EUA. O setor de tecnologia lidera perdas, com BE Semiconductor e ASML recuando entre 4% e 5%, enquanto ASML cai 4,5%. A instabilidade também é alimentada por manchetes geopolíticas envolvendo relatos de negociações de paz entre EUA e Rússia, que pressionaram ações de defesa. Investidores ainda digerem o payroll americano atrasado e a queda abrupta nas expectativas de corte de juros pelo Fed. Na agenda europeia, o mercado aguarda PMIs na Alemanha e Reino Unido.

Na China, as bolsas acompanharam o forte sell-off de tecnologia em Wall Street (CSI 300: -2,4%; HSI:-2,4%), com quedas generalizadas e forte pressão sobre empresas ligadas à IA. O Hang Seng Tech apresentou queda ainda mais acentuada, de 3,21%. O Nikkei 225 recuou 2,4%, liderado pela queda de ações de semicondutores, com SoftBank caindo 10% e Advantest 12,1%. A inflação núcleo no Japão subiu no ritmo mais forte desde julho, reforçando a pressão para um aperto monetário pelo BOJ e possivelmente prejudicando a liquidez global.

Na agenda internacional, os destaques ficam para a divulgação de PMIs nos EUA – sondagens com empresas que visam medir o pulso da atividade econômica – e para as expectativas da Universidade de Michigan.

IBOVESPA -0,73% | 155.380 Pontos.    CÂMBIO +0,40% | 5,34/USD

Ibovespa

O Ibovespa encerrou a quarta-feira com recuo de 0,7%, aos 155.381 pontos. O índice manteve o movimento de queda após a forte sequência de altas das últimas semanas, enquanto tanto o câmbio (USD/BRL +0,2%) quanto a curva de juros permaneceram praticamente estáveis. Durante o feriado, quando os mercados locais ficaram fechados, as bolsas americanas recuaram (S&P 500 -1,6%; Nasdaq -2,4%), estendendo o movimento de correção mesmo após o forte resultado da Nvidia e o Nonfarm Payroll de setembro vir acima das expectativas. Os mercados locais devem repercutir o noticiário global no pregão desta sexta-feira.

Smart Fit (SMFT3, +2,5%) esteve entre os destaques positivos, avançando após a venda de ações em bloco pelo Pátria Investimentos, operação que deve aumentar o free float da companhia. Na ponta negativa, MBRF (MBRF3, -8,6%) recuou em um movimento técnico. A ação acumula queda de 16,0% nos dois últimos pregões enquanto registrava alta de 43,3% em novembro antes dessa correção recente.

Para o pregão de sexta-feira, a agenda econômica inclui a divulgação dos PMIs de serviços e manufatura de novembro nos EUA e na Zona do Euro.

Renda Fixa

As taxas futuras de juros encerraram a quarta-feira com leve queda ao longo da curva, destoando do movimento observado nos demais mercados. O recuo foi influenciado pelo leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional, que veio mais fraco do que o esperado, trazendo alívio às taxas locais. Assim, o DI jan/26 encerrou em 14,89% (- 0,3bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 13,63% (- 0,8bps); DI jan/29 em 12,86% (- 2,4bps); DI jan/31 em 13,21% (- 3,4bps). Nos Estados Unidos, por outro lado, as taxas subiram após a divulgação da ata da última reunião do FOMC, que reduziu ainda mais as apostas em um novo corte de juros pelo Federal Reserve. Com isso, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,59% (+1,79bps vs. pregão anterior); enquanto os de dez anos em 4,13% (+2,9bps).

IFIX

O IFIX encerrou a quarta-feira com alta de 0,10%, acumulando valorização de 0,72% em novembro e 16,15% no ano. O movimento ocorreu em um dia de agenda doméstica sem grandes eventos para FIIs, mas influenciado pelo leve fechamento ao longo da curva de juros.

No desempenho setorial, os fundos de tijolo registraram avanço médio de 0,15%, enquanto os fundos de papel apresentaram queda marginal de 0,01%, ainda refletindo os efeitos da deflação observada em agosto e a perspectiva de arrefecimento nas distribuições diante da inflação corrente mais contida. Entre as maiores altas do dia, destacaram-se JSRE11 (2,5%), PCIP11 (2,4%) e TGAR11 (2,0%). Já entre as principais quedas, figuraram VGRI11 (-2,7%), VGIP11 (-1,6%) e KFOF11 (-1,3%).

Economia

O relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll) referente a setembro, divulgado com atraso devido ao shutdown do governo, mostrou a criação de 119 mil vagas de emprego, bem acima das expectativas de cerca de 50 mil. O resultado sinalizou que o mercado de trabalho segue resiliente, o que reduziu de forma expressiva as chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) na reunião de dezembro.

Os Estados Unidos anunciaram a remoção das tarifas adicionais de 40% que incidiam sobre dezenas de produtos brasileiros, em especial, café, carnes, frutas e suco de laranja. A medida tem efeito retroativo a 13 de novembro.

( da redação  com informações de agências. Edição: Política Real)