Nossas autoridades e as calamidades
Não custa lembrar aos desavisados. No final do ano eles informaram que nestes três primeiros meses teríamos chuvas normais no semi-árido, ?dentro da média histórica?; choveria na zona da mata e que só teríamos chuvas abaixo das média na região médio-sul da Bahia. É bom dizer que eles disseram que, em época de aquecimento das águas do Pacífico, o que não ocorria, a previsibilidade para o Nordeste era altíssima. Pois bem, as chuvas caíram e fizeram das suas. È interessante como se vem tratando o assunto como evento normal.
Os jornais do Nordeste vêm revelando que as chuvas são duras e impiedosas, apesar de algumas fontes, autoridades, terem convicção que o povo prefere o chuvaréu à seca. ? Na chuva gasta-se alguns poucos recursos e as pessoas fora das regiões alagadas se sentem satisfeitas mesmo solidárias. Em época de seca gasta-se 100 milhões e o povo continua insatisfeito.? Ontem, a coluna acompanhou o movimento na diretoria da Defesa Civil do Ministério da Integração. Na oportunidade, foram tratados de assuntos referentes ao Piauí, Alagoas e Sergipe.
Observa-se que as autoridades estão numa sinuca de bico. No governo passado a Defesa Civil Nacional só tinha algo em torno de R$ 500 mil para gastar no ano de 2.003, agora ,estaria liberado para uso em calamidades, não mais de R$ 26 milhões , confirmou o coronel Pimentel, manda-chuva(!) do setor na Integração. Ora bolas, o Piauí está precisando de até 10 milhões de reais. Em Caratinga, em Minas, foi pedido 85 milhões. Estariam faltando uns 3,4 mi em Sergipe e outros 1,6 mi em Alagoas. Os problemas persistem. Em Pernambuco, a coisa anda feia. Bem, e o dimdim, heim?!
A coisa anda tão cinzenta que o presidente Guedes da Codevasf, que atua no vale do São Francisco e do Parnaíba anda preocupadíssimo - vai além dos interesses de seus conterrâneos piauienses( ontem, ele esteve na Defesa Civil pedindo por sua pasta e seu Piauí). O aguaçeiro além de desabrigar, e isto é, definitivamente, emergencial, está causando estragos na economia ? é bom dizer que isso vai além dos problemas naturais e comuns, como a paralização em obras e o desmoronamento de edificações. A vida humana é sempre a maior das prioridades, porém devemos ficar atento para a cena política. Os governos tratam as calamidades, e o imponderável, com uma irresponsabilidade impressionante. Só para finalizar: o coronel Pimentel estava, ontem, informando a parlamentares e autoridades que iam a Integração, com todo orgulho, que só agora o país está criando o seu ?Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres ? Sistema de Alerta e Alarme?. Ora bolas, venhamos e convenhamos!
Bom dia, alagados e autoridades.
PONTUANDO
Dizem que Sarney estaria mordido com Michel Temer! Será?!
Os senadores, só agora, estão começando a pedir recursos para acudir nas chuvas de seus estados. Está com cara de oportunismo, mas que eles estão certos lá estão!
Acordo no Ceará. A entrada de Eunício Oliveira nas Comunicações iria permitir a entrada de um parlamentar do PFL no seu lugar. Os peemedebistas cearenses, mesmo divididos, decidiram se unir para manter Mauro Benevides no exercício do mandato ? ele é suplente. Nada como um dia atrás do outro.
Apesar dessa arrumação tudo indica que Oliveira vai fazer força para apoiar Inácio Arruda(PC do ?CE) para a prefeitura de Fortaleza. O PMDB, de lá, promete candidato. Bem...
O pessoal do Sergipe, estranhamente, quer os recursos para os desabrigados mas não quer que se instale estado de calamidade. Aí tem!
Nota de Rodapé: Muitas festas e muitas agruras.
por Genésio Araújo Junior
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