31 de julho de 2025

Nossas autoridades e as calamidades

Publicado em
No final do ano passado, como coordenador da agência Politicareal, recebi e aceitei o convite da Bancada do Nordeste para acompanhar parlamentares numa visita ao INPE e ao Cptec. Quem nos acompanha está sabendo das coisas e deve ter se espantado. Trato disso pois o drama em vários estados nordestinos, com seus alagados, já chega poraqui.

Não custa lembrar aos desavisados. No final do ano eles informaram que nestes três primeiros meses teríamos chuvas normais no semi-árido, ?dentro da média histórica?; choveria na zona da mata e que só teríamos chuvas abaixo das média na região médio-sul da Bahia. É bom dizer que eles disseram que, em época de aquecimento das águas do Pacífico, o que não ocorria, a previsibilidade para o Nordeste era altíssima. Pois bem, as chuvas caíram e fizeram das suas. È interessante como se vem tratando o assunto como evento normal.

Os jornais do Nordeste vêm revelando que as chuvas são duras e impiedosas, apesar de algumas fontes, autoridades, terem convicção que o povo prefere o chuvaréu à seca. ? Na chuva gasta-se alguns poucos recursos e as pessoas fora das regiões alagadas se sentem satisfeitas mesmo solidárias. Em época de seca gasta-se 100 milhões e o povo continua insatisfeito.? Ontem, a coluna acompanhou o movimento na diretoria da Defesa Civil do Ministério da Integração. Na oportunidade, foram tratados de assuntos referentes ao Piauí, Alagoas e Sergipe.

Observa-se que as autoridades estão numa sinuca de bico. No governo passado a Defesa Civil Nacional só tinha algo em torno de R$ 500 mil para gastar no ano de 2.003, agora ,estaria liberado para uso em calamidades, não mais de R$ 26 milhões , confirmou o coronel Pimentel, manda-chuva(!) do setor na Integração. Ora bolas, o Piauí está precisando de até 10 milhões de reais. Em Caratinga, em Minas, foi pedido 85 milhões. Estariam faltando uns 3,4 mi em Sergipe e outros 1,6 mi em Alagoas. Os problemas persistem. Em Pernambuco, a coisa anda feia. Bem, e o dimdim, heim?!

A coisa anda tão cinzenta que o presidente Guedes da Codevasf, que atua no vale do São Francisco e do Parnaíba anda preocupadíssimo - vai além dos interesses de seus conterrâneos piauienses( ontem, ele esteve na Defesa Civil pedindo por sua pasta e seu Piauí). O aguaçeiro além de desabrigar, e isto é, definitivamente, emergencial, está causando estragos na economia ? é bom dizer que isso vai além dos problemas naturais e comuns, como a paralização em obras e o desmoronamento de edificações. A vida humana é sempre a maior das prioridades, porém devemos ficar atento para a cena política. Os governos tratam as calamidades, e o imponderável, com uma irresponsabilidade impressionante. Só para finalizar: o coronel Pimentel estava, ontem, informando a parlamentares e autoridades que iam a Integração, com todo orgulho, que só agora o país está criando o seu ?Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres ? Sistema de Alerta e Alarme?. Ora bolas, venhamos e convenhamos!

Bom dia, alagados e autoridades.

PONTUANDO

Dizem que Sarney estaria mordido com Michel Temer! Será?!

Os senadores, só agora, estão começando a pedir recursos para acudir nas chuvas de seus estados. Está com cara de oportunismo, mas que eles estão certos lá estão!

Acordo no Ceará. A entrada de Eunício Oliveira nas Comunicações iria permitir a entrada de um parlamentar do PFL no seu lugar. Os peemedebistas cearenses, mesmo divididos, decidiram se unir para manter Mauro Benevides no exercício do mandato ? ele é suplente. Nada como um dia atrás do outro.

Apesar dessa arrumação tudo indica que Oliveira vai fazer força para apoiar Inácio Arruda(PC do ?CE) para a prefeitura de Fortaleza. O PMDB, de lá, promete candidato. Bem...

O pessoal do Sergipe, estranhamente, quer os recursos para os desabrigados mas não quer que se instale estado de calamidade. Aí tem!

Nota de Rodapé: Muitas festas e muitas agruras.

por Genésio Araújo Junior

E-mail: [email protected]